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Itapema FM  | 18/04/2012 06h12min

Depois de 22 anos, fã vai rever um show de Paul McCartney

Nilton Nicolazzi, de Tubarão, lembra até hoje da viagem de ônibus até o Maracanã em 1990

Leandro Lessa  |  leandro.lessa@rdcbn.com.br

O "descobrimento" do Brasil se deu 490 anos antes de Paul McCartney descobrir o tamanho do amor dos fãs daqui. Aproximadamente 184 mil pessoas foram conferir se estariam realmente diante de um beatle. Depois de Curitiba e Porto Alegre, a tríade sulista será finalmente fechada com Florianópolis, daqui a uma semana, em mais um encontro de gerações apaixonadas pelo astro.

Um dos que vão se emocionar ao som dos clássicos é Nilton Nicolazzi, de 50 anos. Nascido em Tubarão, no Sul do Estado, ele começou a escutar Beatles através dos discos que os dois irmãos, Eduardo e Carlos, tinham. Quando da morte de John Lennon, pensou: "E eu com isso?". Só que, pouco tempo depois, passou a nunca mais tratar o assunto com indiferença.

— Hoje, acho que gosto mais dos Beatles do que eles — alfineta o engenheiro eletricista, que foi de ônibus com o primo Adalberto para o show no Maracanã, em 1990. Um ano mais tarde, enquanto estava fazendo um intercâmbio no Japão, comprou todos os CDs da banda, eternizada por clássicos como Help! e Hey Jude.

Enquanto os LPs seguem na casa da mãe Estelita – Nilton chega a dizer, às gargalhadas, que ela virou um "arquivo vivo" –, ele e a esposa Patrícia observam os filhos Rodrigo, de 15 anos, e Leonardo, 12, seguirem "a longa e sinuosa estrada" para se interessarem pela, digamos, "entomologia musical".

— Levei o Rodrigo num show cover, no Teatro Pedro Ivo, e depois ele passou todas as músicas dos Beatles para o iPod. Em setembro, acontece um festival de rock na escola do Léo, e estou estimulando para que ele participe tocando Beatles — conta Nicolazzi, apesar de Léo não se considerar preparado ainda para tal missão.

Pois o megaconcerto de Paul McCartney será a oportunidade de muitos jovens, que sequer eram nascidos na primeira apresentação dele em território nacional, manifestarem que a beatlemania não depende de idade. A idolatria se perpetua por meio dos parentes, mas o conhecimento vem também, ajudado pelas novidades surgidas nos últimos anos.

Os jovens tiveram a oportunidade de ouvir as canções em reduzidos tocadores digitais, compartilhando com o mundo através da internet. A curiosidade foi aguçada com produtos como The Beatles Anthology ("livro-coletânea-série-de-tevê" com material inédito) e One (uma espécie de "super greatest hits").

Os garotos (e os adultos também) podem até mesmo "brincar de Beatles", com Rock Band no videogame.



I'm looking through you

Por um lado, Victor Candemil da Silva, de 13 anos, já leva Beatles bastante a sério. Tanto que, enquanto a gurizada pensa em Disneylândia, ele pediu uma viagem a Londres e Liverpool. Foram também os pais Marcos Aurélio e Sílvia, e o irmão João Marcos. Todos estarão novamente juntos no dia 25.

— Sempre escutei Beatles sem saber que eram "Os Beatles", porque meus pais são fãs — diz o adolescente, que garantiu sua entrada para o show, depois que o pai saiu de Blumenau, durante a madrugada, para encarar a fila na compra do meio-ingresso.

Por causa de Paul, o jovem se dedicou ao baixo, e já pensa em participar do projeto (ainda não executado) de banda cover do pai com os amigos. Ainda por cima, nasceu sob o signo de Gêmeos, assim como o Sir.

— Com exceção do baixo, ser canhoto e geminiano não foi escolha minha. Então, quem sabe não é uma indicação do que a vida tem reservado para mim? — indaga Victor. Que o show seja mais uma inspiração, para que a mania por esses "besouros" nunca seja exterminada.

DIÁRIO CATARINENSE
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