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 | 24/03/2012 19h13min

Fã catarinense sonha conhecer Paul McCartney e vê-lo tocar e cantar em Florianópolis

Paulo Back conta suas aventuras e antecipa para conterrâneos a emoção de ver um beatle

Márcia Feijó  |  marcia.feijo@diario.com.br

Integrante de duas das mais conhecidas bandas de Santa Catarina, Expresso Rural e Get Back, Paulo Back usa não só a música para reverenciar seu beatle favorito, Paul McCartney.

OPINE: por que o show deve ser inesquecível?

Desenhista profissional — trabalha para Mauricio de Souza — o florianopolitano de 50 anos adquiriu o hábito de conciliar dois talentos artísticos na juventude. Nos cantinhos das páginas de cifras que usava para "tirar" as músicas da banda inglesa, rabiscava desenhos do fab four.

As canções, Paulo sabe decoradas. O prazer de desenhar os músicos virou hobby. Os desenhos desta página foram enviados para o escritório de McCartney. Os que retornaram, Back levou à Inglaterra e colocou por baixo da porta da casa do ídolo.

Para o catarinense, são de pura adrenalina os dias que seguem até o show de Paul McCartney em Florianópolis, no dia 25 de abril, no Estádio da Ressacada.

— Até para chegar a segunda-feira e conseguir comprar os ingressos, vai ser um desespero — conta.

Ir ao show da turnê On The Run no quintal de casa traz um desafio a mais. Ele iniciou no Facebook a campanha "Ajude o Paulo a conhecer o Paul".

Leia o depoimento de Paulo sobre os show de McCartney que assistiu.

"Não há como falar da minha vida sem falar dos Beatles, assim como não há como falar da evolução sem falar de Darwin. Devo grande parte de tudo o que aconteceu comigo aos Beatles, ou, ao fato de ter conhecido os Beatles.

Foi amor instantâneo. Abri uma revista e dei de cara com a letra de Strawberry Fields: "Deixe-me levá-lo porque estou indo aos Campos de Morango, Nada é real e não há nada para se preocupar, Campos de Morango para sempre"... Assim como diz a letra, fui levado aos Campos de Morango, ou seja, a um campo pra mim até então inexplorado: ao mundo dos Beatles.

Algo aconteceu. De repente comecei a colecionar tudo, ler tudo, e virei uma biblioteca beatlemaníaca.

Os Beatles me ensinaram a tocar, com isso me aproximei de várias pessoas, criei amigos, criei vínculos. Com isso participei de uma grande banda, Expresso Rural, e formei a minha própria banda, Get Back, exclusivamente com repertório Beatles. Foi uma experiência que me abriu portas e, com isso, com amigos e bandas de mesmo interesse, pude viajar, pude conhecer vários lugares, pude participar como colaborador de revistas nacionais e fanzines beatlemaníacos, fazendo desenhos dos Beatles. Aprendi a tocar e me apresentar em vários lugares e bares. Com a banda me aproximei de muita gente e muita gente se conheceu, casais trocaram olhares e até hoje dizem que casamentos aconteceram por causa da nossa banda... e de forma indireta, aos Beatles. Inclusive o meu casamento, com trilha 100% McCartneyana.

Não vou negar que o meu beatle preferido sempre foi Paul McCartney. O mais versátil, o de melhor voz, o mais simpático. Gosto, não só pelas músicas, mas pelas atitudes. Ele me induziu ao vegetarianismo e ao apoio às causas do bem-estar animal.

Foi uma viagem do outro mundo ter conhecido Liverpool, Abbey Road, o Cavern, a casa onde o beatle morou, mas nada... nada mesmo... se compara a ver alguém, que você considera um amigo de algum universo paralelo, na sua frente, ao vivo e em cores, ele... Paul McCartney.

Nervosismo à flor da pele, coração saindo pela boca, as luzes do Maracanã se apagando naquela inesquecível noite de 1990 onde o recorde de público de um show em ambiente fechado seria quebrado. Eram 184 mil pessoas e eu estava lá. Apertado na multidão, na beira do palco.

Como sempre, um telão com um filme mostrando imagens da carreira dos Beatles e do próprio Paul, as luzes diminuem, contagem regressiva, coração disparado... 5, 4, 3, 2, 1 .. N-O-W.. e lá está ele. Deus na minha frente tocando os primeiros acordes de Figure of Eight, sucesso da época.

Dizer que não chorei não é mentira. Foi pranto mesmo. Cara a cara ali com meu ídolo, das 10h da manhã até a 1h da madruga em pé, sem ir ao banheiro, sem tomar água... Não importava. O que importava eram os campos de morango para onde estava sendo levado.

Depois desse, houve outro show no Maracanã. Fui a São Paulo, a Curitiba três anos depois... Então ele voltou recentemente a Porto Alegre e São Paulo. Lá fui eu de mala e cuia. Sempre emocionante, sempre inesquecível.

E quem diria que um dia, lá naquela noite no Maracanã, apertado na multidão, eu iria imaginar que Sir Paul, aquele ídolo inatingível, estaria na MINHA cidade 22 anos depois?

Nem eu nem ninguém.

Hoje posso dizer: sua música é mágica, Paul McCartney continua sendo o rei, acreditem ou não... Os Campos de Morango serão aqui.... aqui mesmo.. na nossa Floripa.

Here comes Paul e lá vamos nós.. Fab in Floripa...

Preparem os corações. Yesterday será amanhã. Strawberry Fields Forever."

Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

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