| 20/04/2006 17h02min
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse em seu depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que tem certeza de que a violação do sigilo bancário da conta do caseiro Francenildo dos Santos Costa não ocorreu na Polícia Federal. Bastos afirmou ainda que continua sem esclarecimento a forma como se teve acesso ao número e à agência da conta do caseiro na Caixa Econômica Federal. Segundo ele, é justamente para descobrir esse ponto obscuro da investigação que a Polícia Federal pediu mais 30 dias no inquérito que apura o caso.
– Eu só tenho certeza que isso não ocorreu na Polícia Federal – disse Bastos.
Durante o depoimento, o ministro repetiu diversas vezes que é amigo do ex-ministro Antonio Palocci, mas negou que tenha prestado algum tipo de assessoria jurídica ou que tenha ajudado na sua estratégia de defesa. Bastos afirmou ainda que a Polícia Federal (PF) realizou, durante o governo Lula, 79 operações de combate à corrupção, que apresentaram inquérito policial. Nessas ações, foram presas 1.441 pessoas.
Thomaz Bastos afirmou também que não há necessidade de abrir seu sigilo telefônico para que se possa esclarecer a ida de dois de seus assessores à casa de Palocci. Bastos reafirmou que, após a quebra de sigilo bancário de Francenildo, os assessores Cláudio Alencar e Daniel Goldberg foram chamados por Palocci porque o então ministro da Fazenda estava desconfiado de que o caseiro tinha dinheiro incompatível com sua renda.
Questionado sobre a investigação da movimentação financeira do caseiro, o ministro disse que o foco do inquérito instaurado pela Polícia Federal foi a quebra do sigilo bancário. O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre a movimentação financeira do caseiro foi apenas anexado a esse inquérito, encerrado ontem. Ele reiterou ter determinado a abertura de inquérito já no domingo da publicação da revista Época com a reportagem sobre o caseiro.
Um pouco depois das 14h30min, a sessão teve de ser suspensa devido a uma intensa discussão entre o líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE) e o deputado Roberto Magalhães (PFL-PE). Com dedos em riste, os dois parlamentares começaram um bate-boca e interromperam o depoimento de Bastos.
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