| 06/12/2001 19h21min
O ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, tem encontro marcado nesta sexta-feira, dia 7, com integrantes do Fundo Monetário Internacional (FMI). A decisão de viajar a Washington foi tomada no final da tarde desta quinta-feira pelo presidente Fernando de la Rúa em uma reunião urgente do gabinete. Na quarta-feira, o Fundo comunicou que não irá desembolsar a parcela de US$ 1,264 bilhão previstos para esse mês. Cavallo disse que a viagem tem o objetivo de "continuar o trabalho (com o FMI) em um programa que nos permita ir adiante com a reestruturação da dívida e sobretudo que reinicie o crescimento econômico na Argentina".
O governo está trocando os papéis da dívida externa do país para reduzir as taxas de juros de níveis em torno de 11% a 15% para no máximo 7%. No mercado, já se prevê que o governo oferecerá somente 5% de juros para os credores internacionais. O processo deve durar em torno de 60 a 90 dias. Depois de negar o repasse de empréstimo, O FMI voltou a criticar o governo argentino.
O porta-voz do Fundo, Thomas Dawson, disse que as medidas adotadas no último fim de semana – de restringir os saques bancários e dolarizar os depósitos, entre outras – são lamentáveis. O porta-voz, no entanto, admitiu que o Fundo compreende que algo precisava ser feito para conter a fuga de recursos do país. Dawson condicionou a liberação da parcela de US$ 1,264 bilhão ao cumprimento da meta de déficit zero. Para pagar aposentadoria e salários do funcionalismo público, Cavallo disse que assinou decreto transferindo recursos de depósitos a prazo fixo de fundos de pensão para o Banco Nación. Em troca, o governo emitirá títulos federais (Letes) para os fundos de pensão. A Argentina está em recessão há 43 meses. Depois das medidas anunciadas no fim de semana, o comércio está praticamente parado.
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