Os presidentes de Brasil, Argentina e Venezuela decidiram avançar no projeto de cooperação mútua nas áreas social, energética e econômica. A intenção é impulsionar a integração da América do Sul.

Após quase três horas, o jantar oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu seqüência à agenda comum dos três governos iniciada em Montevidéu (Uruguai) em março. Os colegas da Argentina, Néstor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, estão em Brasília para participar da cúpula América do Sul-Países Árabes.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, informou após o jantar que ficou decidido que haverá outras três reuniões. A primeira ocorre nesta terça entre os ministros da área energética, o segundo será entre ministros da Economia e ocorrerá em 10 de junho em Buenos Aires.

– Acordou-se também que proximamente haverá uma reunião dos três presidentes acompanhada de um grupo maior de ministros das áreas de infraestrutura, economia e da área social para que os presidentes possam ouvir os projetos e as idéias e tomar as decisões pertinentes – explicou Amorim.

A criação de uma empresa comum de exploração de petróleo é uma possibilidade. Os três presidentes devem fazer um acordo de cooperação entre a Petrobras, a venezuelana PDVSA e a argentina Enersa.

O jantar é a primeira vez que o presidente Lula tem a oportunidade de conversar mais detalhadamente com Kirchner após um suposto acirramento das relações bilaterais dentro do Mercosul. Apesar disso, Amorim negou que o tema das salvaguardas tenha sido levantado no encontro entre os três.

Ao invés disso, preferiu-se discutir o tema América do Sul, entre eles a situação do Equador, cujo presidente foi deposto pelo Congresso e em seu lugar assumiu o vice. A questão equatoriana, aliás, é um dos temas de desgaste entre Brasil e Argentina. O assunto será debatido entre Lula e Kirchner num encontro reservado nesta terça.

Com informações da agência Reuters.