| 12/09/2003 15h42min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta, dia 12, que o país entra na negociação de um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em condições muito melhores do que em outras ocasiões. Ele acredita que o Brasil está à vontade para renovar ou não o acordo com o Fundo e que a decisão não será ideológica.
– Não estamos com a corda no pescoço, muito menos com a espada na cabeça. Podemos tomar a decisão a partir de interesses eminentemente do Brasil. Neste momento, entramos de cabeça erguida, de preferência sem mau humor para defender nossos interesses. Não haverá nenhum preconceito, nenhum comportamento ideológico, vão prevalecer os interesses do país – afirmou Lula em discurso.
Nesta sexta, em Washington, o diretor-gerente do FMI, Horst Köehler, afirmou que o Brasil possivelmente não precisará de um novo acordo com o organismo internacional. Disse, ainda, que cabe ao governo brasileiro decidir se quer renovar o acordo.
– Nós achamos que o presidente Lula e seu governo construíram uma credibilidade muito boa e são eles que decidem se podem sustentar essa credibilidade com ou sem um programa (de empréstimos). Nós estamos prontos para ajudar – disse ele, antes do início da reunião anual do FMI, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Apesar de dar sinais que talvez não precise do emprétimo, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, confirmou nesta sexta que o governo começou a discutir com o FMI a possibilidade de renovar o acordo. No entanto, Palocci negou que já esteja havendo uma negociação.
– Houve diálogo sobre um possível acordo com a missão do FMI na última revisão. Evidentemente, o acompanhamento do atual acordo, e as avaliações das perspectivas da economia brasileira envolvem o diálogo entre os membros da equipe econômica e os membros do staff do Fundo. Entretanto, não há no momento negociação sobre um novo acordo – afirmou Palocci por meio de sua assessoria.
O acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional, no valor de US$ 30 bilhões, vence no final do ano e o Brasil tem a opção de renová-lo ou não. Uma decisão sobre a renovação pelo governo brasileiro deverá ser tomada em outubro.
O presidente afirmou ainda que a reforma tributária é negociável e admitiu que há ajustes a fazer no projeto.
– Eu não tenho projeto de política tributária, não faço de uma proposta uma questão de honra – afirmou.
O presidente participou de inauguração da ampliação da fábrica da Pirelli, em Feira de Santana, na Bahia, junto ao governador Paulo Souto (PFL) e a políticos pefelistas e petistas do Estado. A nova unidade deverá produzir 2,5 mil pneus radiais por dia, na região. Para o diretor da empresa no Brasil, Giorgio della Seta, a meta é chegar em 2005 fabricando 7,5 mil pneus por dia. Os investimentos na fase inicial da unidade somam US$ 120 milhões.
As informações são da agência Reuters.
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