Forças dos Estados Unidos mataram dois iraquianos e feriram outros dois enquanto intervinham em confrontos entre curdos e turcos em Kirkuk, área pretolífera no norte do Iraque. O confronto é resultado da tensão crescente em torno da cidade entre curdos e turcos, dois grupos minoritários em desacordo sobre a divisão do poder político da região. O governo iraquiano deposto tentou expulsá-los do local, que abriga uma das maiores reservas de petróleo do Iraque.

A major Josslyn Aberle, porta-voz da 4ª Divisão da Infantaria do Exército dos EUA, disse que uma patrulha norte-americana foi atacada nessa sexta durante a briga entre curdos e turcos na cidade de Tuz Khurmatu, nos arredores de Kirkuk.

– Eles estavam brigando por um santuário que os turcos reconstruíram e que havia sido proibido sob o regime de Saddam. Quando a patrulha apareceu, os grupos começaram a brigar por ele. Alguns turcos atiraram contra a patrulha, então nós revidamos – disse.

Dezenas de turcos marcharam por Bagdá acusando o líder curdo Jalal Talabani, da União Patriótica do Curdistão (PUK), de ter matado vários iraquianos de etnia turca durante as confrontos por causa do santuário. Os dois grupos diziam ser minorias perseguidas em Kirkuk durante o regime Baath, quando teriam sido expulsos da cidade e substituídos por árabes de outras partes do país em uma tentativa de mudar a característica demográfica da cidade.

Os combatentes do PUK e outra facção curda governaram a cidade durante a guerra liderada pelos EUA para derrubar Saddam. Isso provocou advertências da vizinha Turquia, que teme que qualquer expansão da autonomia entre os curdos no Norte do Iraque possa reacender o separatismo em sua própria população de etnia curda.

Os turcos do Iraque, um vestígio da época em que o Império Otomano governava o país, ressentem-se da nomeação de um governador curdo em Kirkuk pelas forças norte-americanas e têm reclamado de perseguição pelos curdos.

As informações são da agência Reuters.