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Os Estados Unidos estão analisando a hipótese de que guardas iraquianos contratados pela Organização das Nações Unidas (ONU) tenham colaborado com o atentado que devastou a sede da entidade em Bagdá na terça, dia 19. A informação foi divulgada pelo jornal The New York Times em seu site, na noite de quinta, dia 21. Antes dos EUA cogitarem o envolvimento de seguranças, um grupo iraquiano desconhecido, chamado Vanguarda Armada do Segundo Exército de Muhammad, tinha assumido a responsabilidade pelo ataque, em uma declaração enviada à emissora Al Arabiya.
A hipótese foi levantada por uma autoridade americana, que falou sob condição de anonimato. Segundo ela, todos os guardas de segurança do complexo eram agentes dos serviços secretos iraquianos. Antes da guerra, eles prestavam informes regulares sobre as atividades da ONU no país.
– Acreditamos que a segurança da ONU estava gravemente comprometida. Temos sérias preocupações quanto à posição do veículo e a hora do ataque – disse a autoridade.
A bomba explodiu diretamente abaixo do escritório no terceiro andar do coordenador da ONU para o Iraque, Sérgio Vieira de Mello, enquanto ele se reunia com um proeminente americano defensor de direitos humanos, Arthur C. Helton. Ambos morreram, além de vários assessores de Vieira de Mello. O atentado vitimou 23 pessoas e deixou outras cem feridas.
Em Nova York, a ONU duvidou dessa afirmação. O porta-voz Fred Eckhard disse ao jornal que o secretário-geral Kofi Annan vai enviar a Bagdá o coordenador de segurança da ONU para investigar o atentado.
– Mas a tarefa não é facilitada pela circulação de teorias conspiratórias. Temos de separar ao máximo fatos de especulações – afirmou Eckhard ao Times.
A autoridade americana disse ainda que os investigadores tinham recuperado o número de identificação do veículo usado no ataque e estavam tentando encontrar seu dono. Além disso, os investigadores tinham determinado que o caminhão feito na Rússia não tinha registro no governo iraquiano, significando que deve ter entrado no país depois da guerra. O embaixador israelense nas Nações Unidas, Dan Gillerman, disse na quinta, dia 21, em Nova York, que o caminhão tinha entrado no país pela Síria.
As informações são da agência Reuters.
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