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O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social se juntou ao coro dos que pedem o corte dos juros no país, hoje em 26,5% ao ano. Em sua reunião desta quinta, dia 12, no Palácio do Planalto, o fórum pediu a "redução o quanto antes possível" da taxa básica. O secretário-geral do Conselho, ministro Tarso Genro, disse que a recomendação foi unânime e tomada de forma "técnica e política".
– Já se verifica, apesar do risco de uma crise recessiva, o arrefecimento da inflação, obtido por meio do mecanismo de metas e garantido tanto pela desvalorização do dólar quanto pelo controle mais rigoroso dos reajustes das tarifas – diz a Terceira Carta Consertação, divulgada nesta quinta após ao encontro, ao recomendar a queda dos juros.
O texto diz ainda que a retomada do crescimento da economia do país não é incompatível com o combate à inflação. De acordo com o ministro Tarso Genro, a carta simboliza o encaminhamento de um projeto de transição para um outro modelo econômico.
– Não levamos em conta a opinião do vice-presidente (José Alencar), nem de nenhum ministro – disse Genro, depois da reunião de mais de cinco horas, referindo-se às repetidas críticas de Alencar pela redução dos juros.
Empresários que participam do Conselho disseram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou de metáforas para pedir calma em relação à atual conjuntura econômica do país. Lula disse que é "mais fácil um casal de separar do que empurrar o casamento com a barriga". Segundo o vice-presidente do Santander Banespa, Miguel Jorge, Lula se referia aos problemas que herdou das administrações passadas e que eles devem ser enfrentados.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horácio Lafer Piva, o presidente está ciente da necessidade de se reduzir os juros. A polêmica questão, segundo Genro, não fazia parte da versão original da Carta de Consertação elaborada pelo Conselho.
– Foi uma emenda, proposta por conselheiros pelo sistema de discussão na Internet – disse.
Tarso evitou revelar de qual grupo de conselheiros teria partido a recomendação. Durante a reunião, Lula declarou, segundo empresários, que as decisões do conselho são "vitais" para a tomada de decisão do governo. Genro não espera, no entanto, que a recomendação influencie a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne na próxima semana para avaliar o nível dos juros.
– O Conselho não é o Copom e não tem o dever de tutelar o presidente – ressaltou Tarso.
Com informações da agência Reuters e Agência Brasil.
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