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 | 21/05/2007 09h57min

Presos pela Operação Navalha começam a depor

Até quarta, a ministra do STJ deve ouvir 12 investigados por dia e 10 na quinta

Doze dos suspeitos de participarem do esquema de desvio de recursos de obras públicas, investigado na Operação Navalha, da Polícia Federal, depõem nesta segunda-feira, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Os depoimentos começaram pouco depois das 8h. Serão cinco depoimentos pela manhã, e os demais à tarde. Até quarta-feira, a ministra Eliana Calmon, do STJ, deve ouvir 12 investigados por dia. Na quinta-feira, outras 10 pessoas serão ouvidas.

Entre os acusados que o STJ deverá ouvir, está o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares, acusado de receber um carro Citröen do esquema comandado por Zuleido Veras. José Reinaldo foi preso quinta e liberado domingo por habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O advogado do ex-governador, José Antônio Almeida, esteve ontem na superintendência da Polícia Federal, onde todos os acusados estão presos. Almeida disse que Tavares comprou o carro com recursos próprios e fez o depósito na conta da concessionária, cerca de R$ 110 mil, em dinheiro vivo.

– É que ele tinha o hábito de guardar dinheiro em casa. Tanto o dinheiro como o carro foram declarados no Imposto de Renda dele – disse o advogado.

A operação prendeu 46 pessoas na semana passada. Em seguida, choveram habeas corpus no STF e no STJ. Só neste fim de semana, Gilmar Mendes julgou 12 pedidos de habeas-corpus. Apenas dois foram concedidos. Nesta segunda, o ministro tem mais 20 pedidos para julgar.

No domingo, o ministro concedeu habeas corpus ao ex-governador do Maranhão e ao presidente do Banco de Brasília (BRB), Roberto Figueiredo Guimarães, que atuou como consultor financeiro do Estado.

Os dois deixaram a carceragem da Polícia Federal no fim da noite de domingo, depois de passar três dias na prisão. Do lado de fora da superintendência da PF, parentes aplaudiram quando eles saíram da carceragem. Um pequeno grupo chamou os jornalistas de urubus. Os dois devem prestar depoimento nesta segunda-feira no STF.

Tiveram, porém, negados os pedidos de liberdade Alexandre Maia Lago e Francisco de Paulo Lima Júnior, sobrinhos do governador do Maranhão, Jackson Lago. O ministro Gilmar Mendes negou também o pedido de habeas corpus do ex-secretário municipal de Sinop (MT), Jair Pessine, e do assessor do Ministério de Minas e Energia, Sérgio Luiz Pompeu Sá.

Na sexta-feira, dois presos tiveram a ordem de prisão revogada por habeas corpus. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) conseguiu um habeas corpus para Ulisses César Martins de Sousa, conselheiro da OAB e ex-procurador-geral do Maranhão, que ainda não tinha sido preso pela PF. O segundo beneficiado foi Flávio Conceição de Oliveira Neto, conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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