| 03/04/2007 11h58min
Terminou pouco antes do meio-dia a reunião entre o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e os representantes dos controladores de vôo civis, realizada nesta manhã em Brasília. O ministro disse que a negociação para a desmilitarização do setor e pagamento de gratificações só começa a partir do momento em que o sistema aéreo brasileiro tiver normalidade completa.
– O governo aceita negociar, mas não vai negociar com a faca no pescoço – afirmou o ministro, escalado para fechar acordo na sexta-feira do motim e fazer promessas aos controladores de que não haveria punição.
Paulo Bernardo disse que nunca houve comprometimento de que haveria anistia a militares insubordinados. No entanto, na minuta assinada pelo próprio ministro, no primeiro item, ele "assegura que não serão praticadas punições em decorrência da manifestação ocorrida no dia 30.03.2007."
Na reunião – da qual os controladores saíram sem dar entrevistas – os profissionais teriam garantido
que não fariam paralisação na Semana
Santa e que estão dispostos a negociar. Eles teriam dito que são patriotas e que o advogado deles (que havia dito que, caso o governo recuasse, haveria novo motim) é inexperiente.
Paulo Bernardo esteve com os controladores após a reunião do Conselho Político, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula teria dito que o processo da desmilitarização será discutido, a partir de agora, com a Aeronáutica, e que o governo não irá negociar com amotinados. O presidente demonstrou que pretende endurecer com os controladores de vôo que se amotinaram na última sexta.
– O governo não continuará a negociação se não for mantida a normalidade – disse o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS).
O presidente também disse na reunião que a decisão sobre a punição dos controladores caberá à Aeronáutica. Ele reforçou que não irá quebrar a hierarquia militar no caso da crise aérea e, segundo participantes da reunião que acontece em Brasília, Lula
nomeou o comandante da Aeronáutica,
Juniti Saito, como responsável pela transição durante a desmilitarização do controle de tráfego. O presidente se disse "aborrecido" com os controladores de vôo, que anunciaram que manterão um estado de greve.
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