| 27/03/2007 07h00min
Especialistas não conseguem enxergar soluções a curto prazo para o caos nos aeroportos brasileiros. As medidas emergenciais apontadas são pouco simpáticas aos já castigados passageiros. Entre elas, está a limitação de rotas aéreas que passam pelo aeroporto paulista de Congonhas.
– Não existem soluções a curto prazo. Precisamos ter um plano aeroportuário nacional. Não podemos mais construir um pista ou um terminal por pressões políticas ou no grito. É preciso ter planejamento na hora de fazer os investimentos – explica Cláudio Jorge Pinto Alves, professor do Departamento de Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Na visão de Alves, o nó do sistema está em São Paulo, mais especificamente, na saturação do aeroporto de Congonhas. Esse problema se somaria à falta de investimentos em equipamentos e manutenção, deficiências na área de recursos humanos e à inexistência de um plano nacional aeroportuário.
– São tantos os problemas, que a gente fica pensando se são só problemas pontuais, só coincidências mesmo – comenta.
Segundo o professor, o aumento progressivo na demanda não foi acompanhado por investimentos no setor. A situação poderia ser amenizada se houvesse uma restrição de vôos para Congonhas, transferindo parte deles para Guarulhos - que poderia suportar este aumento de tráfego por um tempo, sugere. Para Alves, além de constatar a necessidade de mudança nas rotas aéreas, um plano aeroportuário poderia apontar a necessidade de um novo aeroporto em São Paulo.
- Um novo aeroporto levaria de três a cinco anos para ser construído. É preciso começar já – enfatizou.
Para o ex-ministro da Aeronáutica do governo Fernando Henrique Cardoso, brigadeiro reformado Mauro Gandra, é preciso, além de novos controladores de vôo, também capacitar e remunerar melhor os atuais funcionários, que atuam em grandes aeroportos. Segundo Gandra, houve politização do setor, com a criação de órgãos que dividem hoje responsabilidades antes concentradas no extinto Departamento de Aviação Civil (DAC), sob comando da Aeronáutica.
– Os cargos foram leiloados nos últimos anos entre partidos e isso não pode acontecer com um modal de transporte tão importante – comenta.
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