O governo dos Estados Unidos reagiu com ceticismo ao pronunciamento do Iraque desta segunda-feira, 16 de setembro, de que aceita o retorno dos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) sem impor condições. Para os EUA, a proposta é uma estratégia para dar falsas esperanças à comunidade internacional enquanto Bagdá continuará sem cumprir com as resoluções das ONU. A Casa Branca anunciou ainda que planeja conseguir o desarmamento do país árabe por meio de pressões do Conselho de Segurança.

O  diretor de comunicações da Casa Branca, Dan Bartlett disse que deixou muito claro que não há negociações com (o presidente do Iraque) Saddam Hussein. Bartlett qualificou o consentimento iraquiano como uma estratégia voltada para dar falsa esperança para a comunidade internacional de que ele (Saddam) quer negociar. Infelizmente, em mais de uma década de experiência ele mostra que se pode por muito pouco (crédito) em suas palavras ou atos.

O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri, entregou nesta segunda-feira uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, comunicando que o país aceita o retorno dos inspetores de armas da entidade sem impor condições.  O consentimento já era dado como certo por ministros árabes e europeus que se reuniram com Sabri durante a sessão anual da Assembléia Geral das Nações Unidas, que acontece em Nova York.

O governo norte-americano acusa o Iraque de produzir e desenvolver armas de destruição em massa, além de cooperar com grupos qualificados como terroristas.

No último episódio de denúncias, Washington anunciou que Bagdá possui vínculos com a rede Al-Qaeda, de Osama bin Laden, acusado de planejar os ataques de 11 de setembro.  Em uma série de ataques verbais a Saddam, Bush e outros funcionários importantes de seu governo deixam claro a intenção de derrubar o presidente iraquiano. Os inspetores da ONU deixaram o Iraque em 1998, antes de um bombardeio de forças norte-americanas e britânicas, e desde então não tiveram permissão para retornar.