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O discurso bélico de Washington contra o Iraque arrebatou nesta segunda, 16 de setembro, um importante e inesperado apoio: as investidas do presidente norte-americano George W. Bush contra o colega iraquiano Saddam Hussein passaram a contar com o apoio da Arábia Saudita. A pressão para que Bagdá aceite a volta dos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) aumentou.
Numa surpreendente mudança de posição, o chanceler saudita, príncipe Saud Al Faisal, garantiu que seu país permitiria, a exemplo do que ocorreu na Guerra do Golfo (1991), o uso de suas bases para um ataque contra o Iraque. Apesar de ser o principal aliado dos Estados Unidos no golfo Pérsico, a Arábia Saudita se mostrou contra o ataque norte-americano, mantendo ligações com outros países árabes.
Nesta segunda-feira, os EUA voltaram a articular uma resolução contra o Iraque, de preferência com severas ameaças ao país. Bagdá, em contrapartida, não dá sinais de ceder. No sábado, o chanceler Naji Sabri disse em assembléia na ONU que seu país não permitirá a volta dos inspetores se não houver alivio às sanções econômicas.
Enquanto isso, continua o debate sobre se o Iraque tem ou não armas de destruição em massa. Três parlamentares franceses que visitaram uma antiga usina nuclear iraquiana no sábado disseram que não encontraram sinais de que há produção de armas no local, segundo a agência oficial iraquiana.
Mas um cientista exilado em Londres, Khidir Hamza, afirmou ao jornal The Times que os técnicos iraquianos conseguiram copiar uma centrífuga capaz de enriquecer o urânio e portanto produzir uma bomba atômica.
Em entrevista ao jornal britânico The Times, o cientista dissidente iraquiano, Khidir Hamza, disse que Saddam poderá se valer de urânio contrabandeado do Brasil para a fabiração da arma. Hamza foi conselheiro do programa iraquiano de energia atômica até desertar, em 1994.
O Brasil exportou urânio para o Iraque durante mais de 10 anos, entre 1979 e 1990. Foram vendidas para Bagdá dezenas de toneladas do minério em primeiro estágio de beneficiamento, muito distante do urânio enriquecido, última etapa do processo que permite alimentar bombas e ogivas de mísseis.
As informações são da agência Reuters.
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