| 11/09/2002 23h12min
– O que nossos inimigos começaram, nós vamos terminar.
Foi com frases impactantes e prometendo o fim do terrorismo mundial que o presidente norte-americano George W. Bush encerrou na noite desta quarta-feira as homenagens do primeiro aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001.
– Os EUA entraram em uma grande luta que testa a nossa força e ainda mais nossa determinação - disse Bush em discurso breve, proferido diretamente da Ellis Island (a ilha no litoral nova-iorquino utilizada como centro de triagem de imigrantes no final do século 19), tendo atrás dele a Estátua da Liberdade.
Em tom ameaçador, Bush disse que seu país não deixará terroristas ou tiranos ameaçarem a civilização com armas de destruição.
Apesar do discurso se tratar dos atentados contra as torres gêmeas do World Trade Center e o Pentágono – que vitimaram mais de 3.000 pessoas em 2001 –, a declaração foi também um recado velado ao presidente do Iraque, Saddam Hussein, acusado por Washington de de possuir armas bioquímicas e buscar a bomba atômica.
O presidente lembrou que o ano foi muito difícil e prometeu perseguir os inimigos "em cidades, campos e cavernas", reiterando que o povo norte-americano é "paciente, mas exige justiça".
– O país não descansará até que a justiça seja feita – afirmou.
Ele garantiu que os Estados Unidos estão amparados por uma grande coalizão internacional e deixou claro que o país nunca viverá "à mercê de nenhum complô ou poder estrangeiro''.
– Esta nação derrotou tiranos, libertou campos de extermínio, e ergueu esta chama da liberdade em cada território ocupado. Não temos a intenção de ignorar ou sujeitar-se ao último grupo de fanáticos da história que espalha a morte em seu caminho para o poder – finalizou numa clara demonstração de força.
Para o presidente, este 11 de setembro de 2002 fugiu à rotina das últimas semanas: começou bem cedo e, pela primeira vez em muitos dias, não incluiu uma menção à necessidade de depor Saddam Hussein.
Bush e a primeira-dama, Laura Bush, assistiram a um serviço religioso na Casa Branca, às 7h45min. E, junto com funcionários do governo, observaram um minuto de silêncio no gramado da mansão presidencial, às 8h46min, horário em que um dos aviões seqüestrados pelos terroristas atingiu a torre norte do World Trade Center, em Nova York.
No Pentágono (Washington), em seu primeiro pronunciamento do dia, o presidente, emocionado, qualificou a guerra contra o terrorismo de "a primeira grande luta do novo século" e prometeu novamente que o inimigo será derrotado. Na Pensilvânia, em visita ao local onde caiu o vôo 93 da United Airlines, ele conversou com parentes das 40 vítimas, enquanto a imprensa era mantida à distância. No fim da tarde, Bush desembarcou em Nova York e seguiu diretamente para o local dos atentados, onde depositou uma coroa de flores e descerrou uma placa com sua assinatura e os dizeres:
– Em memória do evento de 11 de setembro de 2001 - Cada vida perdida aqui, cada ato de heroísmo, são guardados com honra na memória da nação.
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