| 05/06/2006 05h27min
Robinho está se preparando para ser, em 2006, o que Denílson foi na Copa do Mundo de 2002. Consciente de que vai ser muito difícil arrumar um lugar no quadrado mágico – assim como Denílson sabia que não tiraria o lugar de Ronaldo, Rivaldo nem Ronaldinho no último Mundial –, o atacante do Real Madrid pretende marcar seu nome na competição como o jogador que entra no segundo tempo e tira proveito do desgaste dos adversários para acelerar o jogo do Brasil.
– Estou treinando para ser titular, mas todo mundo sabe que o time está definido. Se não der para começar jogando, vou procurar ser útil correndo muito no segundo tempo, como fiz hoje (domingo, no amistoso contra a Nova Zelândia). O importante é que me sinto preparado para dar conta do recado sempre que for preciso. Nem sempre os 11 que começam a Copa são os mesmos que terminam – comentou o jovem atleta.
Ele entrou após o intervalo no lugar de Ronaldo e provocou uma mudança na forma de jogar da Seleção Brasileira, movimentando-se pelos dois lados e partindo para cima dos zagueiros.
– Fiz o que o Parreira me pediu. O Ronaldo estava mais dentro da área e eu entrei com a função de me mexer bastante – explicou.
As jogadas de Robinho levantaram o público, principalmente uma em que estava marcado quase na bandeirinha do escanteio e rolou a bola entre as pernas do atônito neozelandês que tentava adivinhar o que ele iria aprontar. Exatamente o que acontecia com Denílson em 2002. Felipão o colocava em campo para abrir mais o jogo, e ele aproveitava para se divertir "toureando" os marcadores.
Entrar no meio do jogo tem a desvantagem de a gente levar um tempo para entrar no ritmo dos outros, sentir o clima. Mas tem a vantagem de pegar o adversário mais desgastado. Tento usar minha velocidade e meus dribles para tirar proveito disso e ajudar a abrir espaços na defesa – diz Robinho.
O carisma do atacante pôde ser sentido quando ele
deixou a área de entrevistas e se dirigiu para o
ônibus que levou a delegação para o aeroporto. Ele foi um dos mais aplaudidos pelos torcedores brasileiros que se debruçavam no muro de um dos setores do estádio.
A viagem desse domingo à noite para a Alemanha foi a última etapa para Robinho realizar o sonho que tem desde que corria atrás da bola nos campinhos de terra do Parque Bitaru, na periferia de São Vicente. O menino que dormia junto com os pais num apartamento minúsculo e cheio de goteiras agora é um craque famoso no mundo inteiro. E daqui a oito dias começará a mostrar o seu talento na Copa do Mundo 2006.
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