| 16/04/2002 07h13min
A ex-governadora Roseana Sarney (PFL-MA) disse ontem, dia 15, em conversa telefônica com o canditado à Presidência pelo PSB, Anthony Garotinho, que é melhor ele se precaver contra um possível “jogo pesado” que poderia estar sendo arquitetado para minar sua candidatura. Roseana desistiu de disputar a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso no sábado, dia 13, e acusou o governo federal de armar um esquema que tinha como objetivo tirá-la da disputa.
O alerta a Garotinho foi feito porque, na avaliação de Roseana, ele representa agora a maior ameaça à candidatura governista de José Serra (PSDB) e seria a “bola da vez” das supostas armadilhas do tucano. No telefonema, Garotinho teria dito à ex-governadora que a mais recente pesquisa de intenção de voto do Ibope coloca-o em segundo lugar na disputa, em empate técnico com Serra. A ligação telefônica foi feita por iniciativa de Roseana, que agradeceu ao ex-governador do Rio por entrevistas que ele deu desde sábado dizendo que respeitava e apoiava a renúncia de Roseana.
Garotinho corre por fora para tentar agregar a sua candidatura o apoio de setores do PFL que não aceitam uma recomposição com a candidatura de Serra. Outro que busca os pefelistas – este com mais chance de êxito – é o candidato do PPS, Ciro Gomes. Roseana ainda disse a Garotinho que só vai conversar sobre alianças depois do depoimento que deve prestar amanhã à Polícia Federal (PF), quando falará sobre sua suposta participação na aprovação de projeto Usimar, suspeito de fraudar a extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Ela passou parte do domingo reunida com seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, para tratar de detalhes do depoimento e de outros assuntos jurídicos, e, desde sábado, não fala com a imprensa. O delegado que preside o inquérito sobre o projeto Usimar – suspeito de desviar R$ 44 milhões da Sudam –, Deuselino Valadares, disse que o depoimento de Roseana está mantido para quarta-feira, às 15h, mas pode ser antecipado caso a governadora se apresente para depor antes desse horário e haja disponibilidade para ouvi-la.
Ele confirmou que deve intimar também para depor no inquérito o tucano Dante de Oliveira, ex-governador de Mato Grosso, que também participou da reunião que, em dezembro de 1999, aprovou o projeto. Segundo Deuselino, até ontem os agentes da PF não haviam conseguido localizar o marido de Roseana, Jorge Murad, que também vai prestar depoimento.
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