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O governo argentino decidiu congelar por tempo indeterminado as tarifas de serviços essenciais (água, luz, telefone etc.), abrindo guerra com as empresas privatizadas. As companhias negociavam com a equipe econômica e órgãos reguladores um reajuste a partir de maio para repor as perdas da desvalorização cambial. A resolução, divulgada nesta quinta-feira pelo ministro Jorge Remes Lenicov (Economia), manteve a anulação de cláusulas contratuais que estabeleciam a indexação das tarifas públicas ao valor do dólar e descartou qualquer aumento, mesmo que por motivo inflacionário.
Após a divulgação da resolução, algumas empresas privatizadas, especialmente do setor elétrico, ameaçaram processar o governo argentino em tribunais internacionais. As empresas alegam que ficaram insolventes e perderam níveis mínimos de rentabilidade com a desvalorização cambial, sem que o governo lhes desse qualquer compensação. Conforme o jornal Ámbito Financiero, alguns empresários ameaçam suspender o oferecimento de serviços por acreditar que o governo só vai ceder quando o congelamento levar a um problema sério, como um apagão ou desabastecimento.
Após três horas de reunião com os governadores do Partido Justicialista (peronista), o presidente Eduardo Duhalde conseguiu apoio para avançar na redução do gasto fiscal, uma das principais exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao final, o governador de Córdoba, José Manuel de la Sota, afirmou haver "boa vontade" entre o governo federal e as províncias para promover a redução de gastos prevista no pacto fiscal acertado em fevereiro. Ele frisou que o problema é a queda da receita das províncias. O governador da província de Buenos Aires, Felipe Solá, cobrou do governo "maior personalidade" na negociação com o FMI, afirmando que "em três meses não se pode solucionar a crise do país".
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