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A onda de assassinatos de policiais, que na última sexta-feira, 6 de abril, vitimou quatro agentes, entre os quais Adrián Falduto, chefe da segurança do chanceler Ruckauf, preocupa a Argentina e complica a crise econômico-social do país. Só neste ano, há registro de 41 mortes na capital e na província de Buenos Aires, entre policiais federais e provinciais.
Ante a comoção nos meios policiais, Duhalde comprometeu-se no sábado a encaminhar ao Congresso projeto que aumente as penas nesse tipo de crimes até a prisão perpétua. O projeto seria examinado nesta quarta-feira pelos parlamentares. Em setores da sociedade civil, porém, lembrou-se a ocorrência de um número significativo de civis suspeitos mortos por policiais, denunciados à Justiça.
O crescimento da violência transparece na estatísticas do governo. Um informe oficial divulgado neste domingo, 7 de abril, pelo jornal El Clarín aponta a ocorrência de 23.044 condenações criminais no país em 2001, um aumento de 71% em relação a 1999. Só na província de Buenos Aires, no período, as sentenças condenatórias subiram de 3.408 para 8.271. Na capital federal, aumentaram de 2.513 para 4.425.
A Argentina, em recessão há 46 meses, tem 4 milhões de desempregados, 3 milhões de subocupados e 15 milhões de pobres, numa população de 36 milhões, segundo dados oficiais.
Nesta segunda-feira, a Argentina espera o sinal verde para a liberação de US$ 9 bilhões para o país com a chegada a Buenos Aires do chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anoop Singh. Duhalde terá de vencer as resistências dos aliados à aplicação das medidas de ajuste exigidas pelo Fundo. Eleito pelo Congresso de maioria peronista, sem o respaldo de eleições diretas, Duhalde depende dos parlamentares para implantar as reformas exigidas pelo FMI, que incluiriam a demissão de cerca de 350 mil funcionários nas províncias. O FMI exige, entre outras medidas, o complemento dos acordos fiscais que obrigam as províncias a reduzir em 60% o déficit fiscal.
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