O técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, rebateu nesta segunda as declarações da levantadora Fernanda Venturini, esposa de seu desafeto Bernardinho, treinador da seleção masculina. A jogadora disse que jamais aceitaria ser treinada por Zé Roberto.

– Ela disse que mesmo se fosse encerrar a carreira daqui a dez anos não aceitaria ser treinada por mim, então eu digo que não a treinaria pelos próximos 100 anos. Para mim, ela não significa nada – declarou o técnico.

A roupa suja do vôlei brasileiro tem sido lavada publicamente desde que Zé Roberto afirmou a uma emissora de TV, no início de janeiro, que não tem um bom relacionamento com Bernardinho. De lá para cá, técnicos e jogadoras têm se agredido mutuamente através da imprensa.

Na ocasião, o treinador afirmou que “influências externas” prejudicaram a seleção feminina durante os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. O Brasil caiu na semifinal diante da Rússia, depois de estar vencendo o quarto set por 24/19. Fernanda Venturini fazia parte do grupo.

– Uma das coisas negativas no feminino é gente de fora querendo dar palpite. Isso acaba atrapalhando. O técnico do clube, o técnico-pai, o técnico-irmão e o técnico-marido, talvez um dos piores, influenciam negativamente quando a atleta está participando de outro grupo – disse Zé Roberto.

Campeão olímpico com a seleção masculina nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, Zé Roberto assumiu a seleção feminina em 2003, após a saída de Marco Aurélio. Com a derrota na Grécia, o treinador promoveu uma reformulação no grupo e, em 2005, a seleção conquistou todos os torneios que disputou, como o Grand Prix e a Copa dos Campeões.