O que era motivo de  desconfiança entre a comunidade do vôlei foi confirmado ontem pelo técnico da seleção brasileira feminina, José Roberto Guimarães, em entrevista à Globonews. Ele e o técnico Bernardo Rezende, da seleção masculina, não são amigos e mal se falam, nem sequer sobre assuntos do vôlei.

– Não somos amigos. Não temos uma relação de técnico para técnico. Não conversamos sobre tática de vôlei. É muito bom ele no canto dele, e eu no meu. Está ótimo – disse Zé Roberto.

Sobre o insucesso do Brasil nas semifinais das Olimpíadas de Atenas, quando deixou escapar a chance de ir à final depois de estar vencendo a Rússia por 24 a 19 no quarto set (acabaria perdendo no tie break), Zé Roberto deu a entender que o grupo sofrera influências externas prejudiciais. Segundo ele, o relacionamento com o grupo de 2004 não era tão bom quanto o atual, que ganhou todos os seis torneios disputados em 2005.

– Uma das coisas negativas no feminino é gente de fora querendo dar palpite dentro. Isso acaba atrapalhando. Quando se conversa com um técnico de fora, o homem técnico vai tentar encontrar uma solução. O técnico de fora, o do clube, o técnico-pai, o irmão, namorado, técnico-marido, talvez um dos piores, influencia negativamente quando ela (a atleta) está participando de outro grupo – comentou Zé Roberto, provavelmente numa referência ao fato de a levantadora de 2004, Fernanda Venturini, ser mulher de Bernardinho.

O técnico Bernardinho, informou, por meio da assessoria de imprensa de seu time feminino, o Rexona, que não iria comentar o assunto.

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