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 | 23/03/2005 19h57min

CNA pede prorrogação de dívidas de produtores rurais

Carlos Sperotto participou de audiência na Câmara dos Deputados

O vice-presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, participou nesta quarta, dia 23, de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Sperotto falou aos deputados da comissão sobre a crise de renda que atinge a atividade agropecuária.

Conforme a CNA, diante das dificuldades por que o setor agropecuário vem passando torna-se urgente prorrogar as parcelas que vencem neste ano das linhas de crédito para investimento. A Confederação também defende a prorrogação de parcelas dos programas de securitização, do Programa Especial de Saneamento de Ativos (Pesa) e do Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária (Recoop).

Sperotto destacou que os custos de produção subiram, os preços das commodities caíram e muitos produtores do país estão enfrentando quebra de safra. Essa combinação, disse o vice-presidente da CNA, compromete a capacidade de pagamento do produtor, que precisa de maior prazo para quitar operações de crédito rural para não reduzir os investimentos na lavoura.

– O Palocci (Antônio Palocci, ministro da Fazenda) vai se ressentir da queda na contribuição que o setor agrícola vai dar à economia do país – afirmou Sperotto, alertando sobre a crise que enfrenta a atividade rural.

Segundo afirmou o dirigente da CNA, uma queda ainda mais brutal dos resultados da atividade agropecuária depende agora de ações como a de prorrogação no prazo de pagamento de operações de crédito agrícola que vencem este ano. A CNA defendeu também a redução dos encargos financeiros do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) para 8,75% ao ano e permissão para a importação direta pelos produtores de agroquímicos do Mercosul, pois teriam preços mais baixos.

Aos parlamentares o dirigente da CNA apresentou planilhas com números que comprovam a crise do setor rural. A colheita de grãos da safra 2004/2005, inicialmente estimada em 131,9 milhões de toneladas, deverá atingir apenas 119,5 milhões de toneladas. A queda é de 9% na colheita, fruto principalmente da estiagem que atingiu o Sul e o Sudeste do Brasil. A safra no Rio Grande do Sul, inicialmente estimada em 19,2 milhões de toneladas, atingirá no máximo 11,6 milhões de toneladas de arroz, feijão, milho, soja e trigo, com queda de 39%.

Sperotto afirmou ainda que ao mesmo em que há perdas em volumes caem também os preços pagos aos produtores. A saca com 50 quilos de arroz era negociada a R$ 32,82 em março do ano passado no Rio Grande do Sul, mas este ano está rendendo apenas R$ 25,50 ao produtor – redução de 22,3%. Em Mato Grosso a saca de 60 quilos de soja era negociada por R$ 39,45 em março do ano passado, mas hoje vale apenas R$ 27,59, queda de 30,1%.

– O setor ainda está saudável, mas precisamos adotar ações preventivas para evitar o retorno da crise que já vivemos no passado – disse Sperotto.

As informações são da CNA

 
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