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Haiti  | 13/01/2010 20h58min

Corpo de Zilda Arns deve ser transportado para o Brasil nesta quinta-feira

Missionária será enterrada em Curitiba

Atualizada às 23h21min

O corpo da médica sanitarista Zilda Arns, que morreu soterrada entre escombros de uma igreja no terremoto em Porto Príncipe, deve ser transportado para o Brasil nesta quinta-feira. A informação é do Exército brasileiro.

O coordenador nacional adjunto da Pastoral da Criança, Nelson Arns, filho de Zilda, disse nesta terça-feira ter sido informado de que sua mãe teve morte instantânea, assim como todos os que passavam no local na hora do desabamento. O corpo da médica está em uma unidade do Exército brasileiro na capital haitiana.

O corpo de Zilda será enterrado no Cemitério Água Verde, após vigília na sede da Pastoral da Criança na capital paranaense. Zilda Arns, fundadora e coordenadora Internacional da Pastoral da Criança, morreu no momento que concluía uma palestra para cerca de 150 pessoas numa igreja do Haiti.

Para Arns, Zilda cumpriu sua missão e morreu fazendo o que gostava.

- Arriscaria dizer que, se ela soubesse que, indo para o Haiti, iria morrer, mas salvar vidas, ela iria. Não tinha medo, já esteve em vários países em momentos críticos, e isso não a assustava. Ser persistente em suas metas era sua principal característica -, completou.

Nelson lembrou que a mãe sempre dizia que não tinha substitutos e sim sucessores e acredita que, no Brasil e em outros países, muitos estão dispostos a prosseguir com o trabalho pelas crianças necessitadas.

- Ela era conhecida como uma grande líder e grande mãe de todos. Preparou 300 mil voluntários que hoje atuam em diversos níveis da Pastoral. São os próprios moradores de favelas, pessoas pobres que conhecem a realidade local. Cada voluntário acompanha de 10 a 15 crianças para ter tempo para sua própria família -, ressaltou.

Segundo o filho, Zilda Arns sempre defendeu que, além dessa preparação, tinha que haver o conhecimento técnico de como proceder para melhorar a qualidade de vida das crianças em seu ambiente familiar e em sua comunidade. Ela buscava constantemente informações na Organização Mundial de Saúde, no Ministério da Saúde e nas universidades.

A Pastoral da Criança está presente em 4 mil municípios brasileiros acompanhando 1,7 milhões de crianças e gestantes.

A religiosa Rosângela Altoé, de 56 anos, que viajou para o Haiti no último domingo, junto com Zilda Arns, sobreviveu à tragédia mas não há informações sobre seu estado de saúde. Elas retornariam ao Brasil no próximo sábado.

Zilda Arns estava no Haiti participando de uma conferência de religiosos e também para motivar os líderes e voluntários da Pastoral da Criança naquele país, onde trabalham com crianças, gestantes e famílias carentes.

A Pastoral da Criança atua em Angola, na Guiné Bissau e em diversos países da América Latina, além do Haiti.


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