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 | 16/05/2009 04h48min

PDT faz exigências para assinar CPI

Para não ficar a reboque do PT, pedetistas querem ter papel de relevo em investigação

Marciele Brum e Vivian Eichler  |  marciele.brum@zerohora.com.br; vivian.eichler@zerohora.com.br

Um dos fiéis da balança para garantir a criação da CPI contra o governo Yeda Crusius na Assembleia Legislativa, a bancada do PDT, com seis deputados, deve pedir alterações no requerimento para se posicionar a favor da investigação a partir de terça-feira. Com 12 das 19 assinaturas necessárias até ontem, o PT está disposto a negociar mudanças na próxima semana.

Caso o PDT se integre à CPI, Paulo Borges e Marquinho Lang (ambos do DEM) devem se somar também à iniciativa, o que viabilizaria a comissão. Na semana passada, parlamentares do PDT iniciaram uma peregrinação por órgãos oficiais. Na prática, a estratégia da sigla é mostrar que o partido pretende obter dados seguros para embasar a investigação e não fica a reboque do PT.

Segundo o líder da bancada do PDT no Legislativo, Adroaldo Loureiro, existe uma preocupação com a fundamentação jurídica Do requerimento.

– Se formos assinar, deve ser um documento sustentável juridicamente para não anular a CPI – explicou Loureiro.

O PDT está disposto a condicionar seu apoio à CPI a alterações na descrição do objeto de investigação. Segundo o presidente estadual da sigla, Romildo Bolzan, há excesso de generalidades no foco da CPI.

Citando um estudo do advogado Gabriel Fadel, Bolzan adianta que o advogado relata casos de indeferimento de CPIs no Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de especificação do objeto de investigação.

– Cada um dos objetos (são quatro no pedido do PT) poderia ser fracionado em uma CPI diferente, mas a tendência do partido é assinar – afirmou Bolzan.

Os pedetistas vivem um dilema mais amplo. Embora teoricamente nada o amarre a Yeda, o PDT tem chances de se aliar ao PT ou ao PMDB na disputa pelo Piratini em 2010. Os peemedebistas não está nenhum pouco interessado no barulho da CPI. Um dos motivos é que a Operação Solidária incluída no objeto de criação da CPI atinge três deputados do PMDB.

Presidente nacional do PDT, deputado Vieira da Cunha, e Bolzan afastam a possibilidade de pedir ao PT que retire do foco das investigações a Operação Solidária, capitaneada pela Polícia Federal.

Confira as etapas da crise no Piratini e saiba quem são os personagens dessa história:



Por que a CPI empacou
Quatro fatores que emperram a criação de uma comissão para investigar denúncias de corrupção no governo Yeda
> O PDT, segundo maior partido de oposição, não quer ficar a reboque do PT como ocorreu na CPI do Detran. Os pedetistas só aceitam participar da comissão se for para ter papel de destaque nas investigações.
> O PMDB não aceita uma CPI que tenha entre os objetos de investigação a Operação Solidária, como propõe o PT. Três deputados do partido – Alceu Moreira, Eliseu Padilha e Marco Alba – são alvos dessa operação.
> A pressão do Piratini sobre os deputados pesa na recusa em assinar o pedido de CPI. A liberação de verbas e obras para as bases eleitorais dos parlamentares funciona como moeda de troca. Entre as bancadas governistas, alguns deputados que começaram a semana revelando simpatia pela CPI recuaram nos últimos dias.

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