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 | 10/02/2009 21h33min

Aprovação de pacote no Senado dos EUA abre nova batalha entre legisladores

Os dois textos trazem diferenças em relação a soma total do estímulo e também no que diz respeito aos cortes nos impostos

Depois que o Senado americano aprovou nesta terça-feira o plano de estímulo econômico proposto pelo presidente do país, Barack Obama, começa agora a luta campal para que o texto seja harmonizado com o que passou na Câmara de Representantes no fim do mês passado.

Com 37 votos contra e 61 a favor, um mais do que o mínimo necessário, os senadores aprovaram o pacote elaborado por Obama e sua equipe para tirar a economia americana do atoleiro. Porém, o governo só obteve essa vitória graças ao apoio dos democratas de centro e de três dos 41 republicanos que há na casa: Susan Collins, Olympia Snowe e Arlen Specter, todos da ala moderada do partido.

A mobilização dos democratas para garantir a aprovação do plano foi tão grande que até o senador Edward Kennedy, com um câncer no cérebro e que não aparecia no Congresso desde que teve uma convulsão na posse de Obama, apareceu para votar. O pacote foi submetido aos votos dos senadores após uma série de reuniões a portas fechadas na semana passada e de lutas ideológicas sobre seu alcance e conteúdo.

No fim, um grupo de 20 senadores democratas e republicanos conseguiu reduzir o valor original do projeto, que de US$ 900 bilhões caiu para US$ 838 bilhões. No entanto, os republicanos insistem que o plano compromete futuras gerações, não traz incentivos fiscais suficientes para a obtenção de resultados a curto prazo e é um desperdício, além de ineficaz. Pior ainda, dizem que, se o pacote não passar por mais ajustes durante o processo de harmonização, não o aprovarão.

— Esta é uma fraude gigantesca para o povo americano (...). Tem despesas maciças que farão pouco para ajudar nossa economia e as famílias que precisam desesperadamente de ajuda — alertou o republicano Jim Risch, do estado agrícola de Idaho.

Os democratas alegam que o plano ajudará a criar ou manter entre três milhões e quatro milhões de empregos ao longo dos próximos dois anos. Além disso, dizem que garantirá investimentos substanciais em programas sociais e de infraestrutura.

A luta que começará agora em torno da harmonização do texto vai girar principalmente em torno do valor do pacote, que na versão da Câmara de Representantes é de US$ 819 bilhões. Porém, os dois textos não trazem diferenças apenas em relação essa soma total, mas também no que diz respeito aos cortes nos impostos.

Os pacotes da Câmara de Representantes e do Senado preveem alívios tributários de US$ 182 bilhões e US$ 293 bilhões, além de despesas fiscais de US$ 638 bilhões e US$ 546 bilhões, respectivamente. Os deputados democratas já deixaram claro que tentarão reintroduzir alguns fundos destinados a programas de educação e mais ajudas para os governos estaduais.

Por sua vez, a versão do Senado reserva US$ 11 bilhões para que aqueles que comprarem carros novos possam deduzir os impostos sobre a venda e os juros do empréstimo bancário. Num flerte com o eleitorado irritado com os excessos de Wall Street, o texto aprovado hoje também limita as bonificações dos 25 principais executivos de empresas do setor financeiro.

Em plena campanha de defesa do plano, Obama recebeu como "boa notícia" a aprovação do pacote no Senado e pediu ao Congresso que lhe envie o texto final sem demora. A meta continua sendo votar o texto definitivo e enviá-lo ao Salão Oval antes de 16 de fevereiro.

— Não há razão para não fazê-lo até o fim desta semana — disse o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, que não descarta adiar o recesso legislativo se até a próxima semana o texto não for harmonizado.

EFE
 
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