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 | 10/02/2009 14h51min

Plano de resgate dos EUA pode mobilizar US$ 2 trilhões

Programa para a compra de ativos "podres" captará fundos privados

Atualizada às 16h06min

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse nesta terça-feira que o plano de resgate financeiro do governo do presidente americano, Barack Obama, pode mobilizar US$ 2 trilhões. Segundo o funcionário, o programa para a compra de ativos "podres" captará fundos privados, começará com um investimento de US$ 500 bilhões e seria ampliado até US$ 1 trilhão.

Além disso, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) ampliará seu atual programa de compra de créditos até possivelmente US$ 1 trilhão. O objetivo da iniciativa do banco central é "dar ajuda adicional aos mercados financeiros e instituições para cumprir as necessidades de crédito dos lares e dos negócios", disse a autoridade monetária em comunicado.

Geithner possui US$ 350 bilhões destinados pelo Congresso para o plano de resgate financeiro, mas também conta com a atração do capital privado e com os recursos do Federal Reserve, o que poderia ter um impacto muito maior nos mercados.

— Em vez de catalisar a recuperação, o sistema financeiro é um freio para a recuperação e a recessão está colocando pressão sobre os bancos. Essa é uma dinâmica perigosa que temos que mudar — disse Geithner no Departamento do Tesouro.

O plano também prevê a intervenção nos mercados imobiliários para ajudar os proprietários a evitar o embargo e facilitar o refinanciamento das hipotecas, o que conterá a queda de preços. O secretário do Tesouro afirmou que anunciará os detalhes dessa iniciativa nas próximas semanas. Já o diretor do Conselho Econômico Nacional, Larry Summers, antecipou que o Governo destinará entre US$ 50 bilhões e US$ 100 bilhões para este fim.

O anúncio feito por Geithner não impressionou positivamente Wall Street, que descia 2,4% enquanto o secretário detalhava seu plano.

— Nossa obrigação é resolver a crise com o menor custo para o contribuinte, mas tenho que advertir de que custará dinheiro, acarretará riscos e levará tempo — declarou o secretário, que ressaltou que não fazer nada seria ainda mais perigoso.

O plano mantém as injeções de capital nos bancos, que foi o destino principal da primeira metade dos recursos, que chegavam a US$ 700 bilhões quando foi aprovado pelo Congresso no ano passado.

— É essencial que todo americano entenda que a batalha pela recuperação econômica deve ser combatida em duas frentes. Temos que fazer arrancar a criação de emprego e o investimento privado, e devemos fazer com que o crédito flua de novo às empresas e às famílias — assegurou Geithner em sua apresentação.

Para fazer fluir o crédito, o Fed expandirá um programa que ainda não começou a operar, atualmente dotado com US$ 200 bilhões e que tinha como objetivo financiar a compra de empréstimos estudantis, de cartões de crédito e para adquirir automóveis. Com isso, pretende ignorar os bancos, que hesitam em emprestar dinheiro, e incentivar o crédito diretamente.

O banco central afirmou que, a partir de agora, o programa também poderá adquirir empréstimos hipotecários e que sua intervenção poderia chegar a US$ 1 trilhão, que será financiada pelo plano do Tesouro. Geithner destacou que a aprovação inicial do fundo de resgate bancário "tirou o sistema financeiro do fio de uma falência catastrófica".

— As medidas que tomamos foram absolutamente essenciais, mas não foram adequadas — destacou Geithner, que foi um dos participantes do programa como presidente do banco central do Fed de Nova York.

EFE
 
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