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 | 20/01/2009 06h28min

Estiagem recua em parte das regiões gaúchas

Janeiro registra precipitação acima da média em algumas zonas do Estado

Silvana de Castro  |  silvana.castro@zerohora.com.br

A chuva dos últimos dias, superior à média esperada para todo o mês de janeiro, fez rebrotarem pastagens, lavouras e esperanças em parte da metade norte do Estado. Para desalento de quem vive mais ao sul, no entanto, ela mal apareceu em 2009 na região, mantendo a estiagem que deixa animais e populações sem água.



Entre domingo e ontem, a disparidade na distribuição da chuva se repetiu. Houve precipitação intensa em municípios do centro para norte do Estado, motivada por uma frente fria. Ontem, até as 16h, haviam caído 82 milímetros em Soledade – mais da metade do normal para o mês. Na Serra, Canela somou 63 milímetros ontem. Santa Maria, na Região Central, teve 45 milímetros em dois dias.

No Sul, a passagem da frente foi marcada pela avareza: a partir de domingo choveu 3,6 milímetros em Uruguaiana, 13,8 milímetros em Bagé e 6,2 milímetros em Rio Grande.

A boa notícia pela metade mudou paisagens desoladoras. A estiagem que assolou lavouras de milho e atrasou o plantio de soja em novembro e dezembro deu trégua já na semana passada.

– Dá para dizer que acabou a estiagem aqui. Desde a semana passada choveu 139 milímetros. As pastagens estão rebrotando, e a soja, se recuperando bem – comemorou o secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Sete de Setembro, Júlio Pluta.

O município das Missões foi um dos primeiros da região a decretar situação de emergência. Mesmo com as precipitações dos últimos dias, as perdas nas lavouras de milho, que são irreversíveis, chegam a 80%. Apesar do alívio, a abundância de chuva não é geral nas Missões. Em Roque Gonzales, por exemplo, a estiagem segue. Falta água em açudes e é preciso que bebedouros sejam abertos para animais. É na parte norte que se concentram os municípios em situação de emergência. Até a tarde de ontem, eram 81.

A explicação para que os prefeitos da região decretem emergência está na sensibilidade das culturas de verão. Ali são plantadas as principais lavouras de sequeiro, como soja e milho.

– Essas culturas, que sentem muito o déficit hídrico, são a base econômica da região – diz o presidente da Emater, Mário Ribas do Nascimento.

Meteorologista prevê que siga chovendo mais no Norte

No Sul, os prejuízos decorrem de precipitação muito abaixo do normal. Em Santa Vitória do Palmar, choveu apenas 7% da média de janeiro até agora. Como desde setembro as precipitações são insuficientes, há um recuo de 300 metros da Lagoa Mirim. Falta água para animais e para moradores do interior. Os prejuízos se concentram na produção de hortigranjeiros, leite e na criação de gado de corte, pela escassez de pastagens, conforme o extensionista da Emater do município, Antonio Queiroz Filho.

Como a umidade da Amazônia e da Argentina entram no Rio Grande do Sul pela região noroeste, a tendência é de que nessa região e no norte do Estado chova mais do que no Sul.

 

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