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 | 18/12/2008 12h05min

Governo contrata empresa de logística para controle dos donativos em Blumenau

Medida foi tomada depois que RBS TV mostrou voluntários e soldados furtando doações

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Blumenau contratou nesta quarta-feira a empresa de logística Maajas Consultoria e Planejamento para melhorar o controle dos donativos recebidos pela central do governo do Estado na cidade.

A empresa, com sede em Blumenau, tem a tarefa de profissionalizar os serviços na central de recepção e distribuição de donativos do governo, no setor 1 do Parque Vila Germânica.

Segundo o diretor Marcos Alexandre Greuel, a empresa  vai atuar no recebimento, controle e distribuição de mercadorias para as cinco prefeituras da região (Blumenau, Gaspar, Ilhota, Luiz Alves e Pomerode). São 17 funcionários que trabalham desde a tarde de quarta-feira no diagnóstico inicial, apontando falhas e sugestões.

A medida foi tomada depois que a RBS TV mostrou alguns voluntários e soldados do Exército que trabalhavam no setor 1 do parque furtando roupas e mantimentos.

Não há prazo para a conclusão do trabalho. A prefeitura negocia a contratação de uma empresa de vigilância para operar nos setores 2 e 3. O anúncio deve ser feito até sexta-feira. A empresa começará a atuar a partir do dia 21, um dia após o encerramento das atividades com voluntários, e será responsável pela segurança dos donativos.

"Fato isolado"

Apesar da contratação da empresa de logística, o governo do Estado esclarece que ainda precisa da ação de voluntários para o trabalho. Em média 10 toneladas de donativos deixam a central de arrecadação em Blumenau em direção aos abrigos todos os dias.

Carlos Volles, coordenador-geral dos setores 2 e 3, controlados pela prefeitura de Blumenau, reconhece que o flagrante causou uma impressão negativa. Mas o episódio, na opinião dele, não diminuiu o número de doações ou voluntários.

Valles garante que a estrutura organizacional inclui cadastramento dos voluntários, guarda-volumes para impedir a entrada de mochilas e bolsas, presença de coordenadores nas entradas e saídas, contratação de empresa de logística especializada e apoio da Polícia Militar.

— Os donativos estão indo para o destino correto. O que aconteceu foi um fato isolado que não vai ofuscar o brilho dos voluntários que se dedicam com seriedade. Foi algo muito pequeno diante da grandiosidade disso tudo — disse o coordenador-geral.

São José

No depósito de donativos da Defesa Civil em São José, na Grande Florianópolis, um policial militar controlava o acesso na tarde de quarta-feira. Apenas funcionários da Defesa Civil e voluntários cadastrados entravam nos quatro galpões, em que há 200 toneladas de roupas e calçados, além de material de higiene e limpeza. O espaço já foi lotado com donativos e esvaziado por duas vezes. 

— Aqui quem nos ajuda entra e sai sem nada. Tudo é controlado. A população pode ter total certeza de que as doações vão chegar ao destino certo — garantiu Carlos Chiamolera, gerente de minimização de desastres da Defesa Civil Estadual.

Criciúma

A central de donativos de Criciúma destinou na quarta-feira 30 toneladas de material de limpeza e higiene, roupa de cama, colchões, cestas básicas e produtos alimentícios para bebês à cidade de Penha. De lá, as doações serão distribuídas no Norte do Estado e Vale do Itajaí.

Ainda há 700 toneladas de material no depósito, que está em dificuldade pela falta de voluntários. Quem quiser ajudar deve se apresentar no Centro de Eventos de Criciúma.

Doações

As doações em dinheiro aos atingidos pela enchente e deslizamentos de terra chegam a R$ 26 milhões. Já os donativos somam 4,3 milhões de quilos de alimentos, 2,5 milhões de litros de água e 1 milhão de quilos de roupas. Também consta grande quantidade de brinquedos e materiais de higiene. Duas mil pessoas trabalham nas triagens de classificação dos produtos no Estado.

Na fase de reconstrução, principalmente no Vale do Itajaí, a necessidade agora é por eletrodomésticos, utensílios e móveis. Carlos Chiamolera revela que a prioridade de doação nessa etapa é para fogões, geladeiras, copos, pratos e talheres. Ainda existem 32.973 pessoas fora de suas casas ou que tiveram as moradias totalmente destruídas.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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