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 | 16/12/2008 21h20min

Militares suspeitos de furto de donativos teriam praticado crime comum, diz general

Enquanto estiverem respondendo a inquérito, o sargento e os 10 soldados ficam no Exército

Onze militares, suspeitos de participar do furto de donativos enviados aos desabrigados pelas chuvas que atingiram Santa Catarina, irão responder a Inquérito Policial Militar (IPM). Segundo o general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, a comissão de sindicância responsável por apurar os fatos concluiu que há indícios de que os suspeitos tenham praticado um crime comum, e não apenas uma transgressão disciplinar. 

— Chegamos à conclusão de que tínhamos que sair da esfera da sindicância para o inquérito. Isso porque tínhamos que abandonar a idéia de uma transgressão disciplinar e começar a investigar uma situação de indícios de crime militar — comentou o general Pafiadache. 

Embora classifique a ocorrência como um episódio isolado, o general admitiu ter ficado extremamente chateado devido às cenas em que os 11 militares e voluntários civis são flagrados furtando roupas e alimentos de um depósito montado na Vila Germânica, em Blumenau. A cidade foi uma das mais castigadas pela chuva que caiu no fim de novembro. As cenas foram exibidas domingo no programa Estúdio SC, da RBS TV.

— É uma situação dolorosa para nós. Eu mesmo estive nas frentes de trabalho, junto com o pessoal do resgate, e vi meu pessoal se dedicando. Aí, de repente, aparecem umas cenas lamentáveis, quase que manchando todo um trabalho. É algo muito doloroso — lamentou o general. 

A decisão de transformar a sindicância em um IPM foi tomada nesta terça-feira. De acordo com o general Parfiandache, o inquérito deve durar até 30 dias, podendo ser prorrogado. Após ser concluído, caberá ao Ministério Público Militar decidir se apresenta ou não uma denúncia contra os envolvidos — um sargento e 10 soldados do 23º Batalhão de Infantaria de Blumenau, cujos nomes ainda não foram divulgados. 

Se forem julgados culpados por furto, os militares poderão ser punidos com até seis anos de detenção, a critério da Justiça Militar. Além disso, os 11 seriam desligados da Força, tendo de cumprir suas penas em prisão comum.

— Enquanto estiverem respondendo ao inquérito, eles permanecem no Exército — explicou o general.

O governo catarinense decidiu contratar uma empresa especializada em logística para executar os serviços de recepção e distribuição para evitar novos problemas com os donativos.    

AGÊNCIA BRASIL
 
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