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 | 15/12/2008 11h05min

Governo de Santa Catarina admite falhas no controle da triagem de doações em Blumenau

Reportagem da RBS TV mostrou voluntários e soldados furtando donativos

O secretário de Desenvolvimento Regional de Blumenau, Paulo França, admitiu que houve falhas no sistema de controle da triagem de donativos que chegam ao Pavilhão 1 do Parque Vila Germânica, em Blumenau, no Vale do Itajaí.

Neste domingo, reportagem da RBS TV mostrou voluntários e soldados do Exército que trabalhavam no local furtando roupas e mantimentos doados para as vítimas da enchente que atingiu Santa Catarina. A denúncia partiu de voluntários que trabalham no pavilhão.

O Pavilhão 1 é administrado pelo governo catarinense. O local funciona como uma central de triagem de produtos doados do Brasil inteiro. Nas imagens, feitas com uma microcâmera na última sexta-feira, soldados e voluntários aparecem pegando roupas, tênis e outros objetos e colocando em mochilas e carros.

Fiscalização

Paulo França disse que houve uma falha no acompanhamento e na fiscalização do trabalho de triagem e que já solicitou providências para que o problema seja corrigido.

— Estamos ajustando o fluxo. Temos na secretaria uma assessoria de um escritório de logística. Já pedi para que esse grupo seja hoje incorporado ao serviço para que a gente faça o fluxo e controle de forma profissional, e não de forma voluntária e amadora, como a gente vinha fazendo. Vamos implantar esse sistema de fluxo de entrada e saída de distribuições. Vinha sendo feito com planilhas e recibos, mas ficou evidente que estava falha. Esperamos que este problema não se repita.

De acordo com o secretário, nesta segunda-feira está sendo realizada uma reunião com voluntários e servidores que trabalham no pavilhão para que sejam tomadas providências a respeito do desvio de doações. 

— É uma situação inaceitável. Todas as correções vão ser feitas para que a gente consiga cumprir o objetivo principal, de atender as famílias atingidas.

Exército

O general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, classificou o caso como lamentável e doloroso. Também disse que esta foi uma situação isolada e que por isso fugiu ao processo de controle do Exército. Afirmou ainda que os furtos foram praticados por soldados que não estavam alinhados com as diretrizes da corporação.

— O nosso comandante abriu processo administrativo para responsabilizar culpados. Mas de qualquer maneira continuamos o nosso apoio (à população). Tivemos no pico cerca de 1,9 mil militares trabalhando. Cerca de 5 mil já passaram por lá, de várias cidades.

Segundo o general, desde que o Exército tomou conhecimento dos furtos, no último sábado, tomou providências para apurar o caso e pessoas envolvidas no caso foram chamadas para prestar depoimento.

O tenente-coronel Edson Rosti, comandante do 23º Batalhão da Infantaria (BI), declarou que a corporação vai apurar o caso e o relatório será apresentado em 20 dias. Um inquérito policial militar também deve ser instaurado.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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