Micro e pequenos empresários de 45 municípios do Litoral e Vale do Itajaí que tiveram perdas por conta da enchente terão à disposição consultoria gratuita disponibilizada pelo Sebrae, por meio do do programa Recuperação Empreendedora. O projeto foi lançado nesta quarta-feira na Capital.

Foram destinados R$ 4,6 milhões para o projeto, recursos do próprio Sebrae e que serão utilizados na divulgação e na contratação de consultores. Foram mobilizados mais de 60 técnicos para essa primeira fase.

Desde esta quarta até sábado, em tendas montadas nas cidades de Blumenau, Itajaí e Tijucas, os micro e pequenos empresários poderão fazer o primeiro contato com os consultores da instituição.

Depois da análise, os técnicos vão orientá-los sobre linhas de financiamento e outras iniciativas que podem ajudar na reconstrução das empresas.

— Vamos ajudá-los a calcular qual o volume de recursos necessários e de que forma eles podem ser captados nas instituições financeiras. Linhas de financiamento existem, boa vontade também, precisamos fazer, agora, que as coisas aconteçam — disse o presidente do Sebrae nacional, Paulo Okamotto.

Entre as medidas adotadas, está a redução na taxa de juros do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), que passará de 1,2% ao ano para 0,1% anualmente.

Além disso, a instituição tem conversado com os bancos para flexibilizar prazos e o valor das taxas cobradas. Pelo menos duas instituições já sinalizaram de forma positiva.

O Banco do Brasil, por exemplo, ampliou o prazo de parcelamento do saldo devedor para quem já possui financiamentos contratados de 72 meses, com taxas de juros de 5,33% ao ano mais TJLP, para até 84 meses, mantendo a mesma taxa de juros com carência de seis meses. A idéia, destacou o gerente de mercado do Banco do Brasil em Santa Catarina, Celso Alberto da Rocha, é que as empresas tomem fôlego para se reestruturar nesse momento mais crítico.

A Caixa Econômica Federal, vai injetar, na região do Vale do Itajaí, cerca de R$ 3 bilhões de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a reconstrução de habitações e de empresas. Segundo o gerente de construção da Caixa, Marcelo Luiz Moser, a instituição reduziu as taxas de juros para crédito parcelado da TR mais 10% ao ano e ampliou o prazo de pagamento. Os recursos já estão disponíveis.

Apesar de toda a mobilização do governo e das próprias instituições financeiras no sentido de auxiliar quem foi prejudicados pelas enchentes, o presidente do Sebrae criticou que no Brasil não existam verbas emergenciais para esse tipo de catástrofe, a exemplo do que ocorre em outros países.

— Mas nada impede que uma lei como essa possa ser criada — sugeriu Okamotto.

As ações do programa Recuperação Empreendedora serão desenvolvidas até o dia 31 de março, mas o acompanhamento das empresas segue até 30 de junho de 2009.