O pé no freio em plena reta final de 2008 vai puxar para baixo os indicadores econômicos da indústria catarinense. Diante do cenário de crise no mercado internacional e dos reflexos da enchente no Estado, a previsão é de que crescimento registrado até outubro desacelere no balanço do último bimestre. Mas apesar da retração indicada para novembro e dezembro, o saldo do ano deve se manter positivo.

A previsão foi apresentada nesta segunda-feira pela diretoria da Federação das Indústrias Catarinenses (Fiesc), que mostrou também uma diminuição da produção industrial (-2,2%) e das exportações (-2,9%) já em outubro, na comparação com setembro. O emprego estagnou e o único índice positivo do mês foi o das vendas, que cresceram 3,4% em outubro. Mas a expectativa pior é para os dados do último bimestre deste ano.

Pesquisas preliminares sobre novembro, realizadas pela Fiesc, demonstram quedas atingindo novamente as exportações e, desta vez, também o emprego e as vendas. A diretoria da entidade aponta ainda que indústrias catarinenses estão antecipando férias coletivas ou ampliando o número de dias parados de 20 para 30 neste final de ano. Investimentos do setor previstos para 2009 também estão sendo suspensos.

Balanço do ano deve se igualar ao de 2007

O diretor de relações industriais da Fiesc, Henry Quaresma, lembra que dezembro é tradicionalmente um mês negativo para o setor. Mas mesmo com o agravamento que a crise internacional pode provocar nos números do último mês deste ano, o industrial defende que 2008 ainda fechará com indicadores positivos, podendo até mesmo se igualar aos 8,1% registrados no crescimento das vendas em 2007.

— A economia catarinense é muito diversificada e dinâmica. Há uma compensação entre os setores — explica.