A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira, em audiência pública na Câmara, que "o equilíbrio fiscal e uma dívida pública menor fizeram com que o Brasil fosse menos atingido pela crise financeira internacional do que outros países", inclusive nações em desenvolvimento. Para a ministra, no contexto global, a atual turbulência no sistema financeiro mundial é mais grave do que em crises anteriores, como em 1929 e na década de 90:

— As crises passadas foram de bilhões de dólares e essa é de trilhões de dólares.

Apesar de reconhecer que a crise também afeta o Brasil, Dilma reiterou que o governo tem condições de enfrentá-la. A ministra disse que, nas crises anteriores, a fragilidade das contas públicas brasileiras, o baixo nível de recursos, a instabilidade do mercado e a indexação da dívida do país em dólares fizeram com que o governo fosse parte do problema e, agora, segundo ela, o governo tem sido parte da solução devido ao equilíbrio fiscal.

Dilma argumentou que menor alavancagem (investimentos sem garantia de cobertura), baixa inadimplência, bancos públicos fortes e depósito compulsório elevado, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, fizeram com que o Brasil fosse menos atingido pela crise atual.

A ministra foi convidada para falar sobre os impactos da crise na implementação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A audiência pública é promovida pelas Comissões de Finanças e Tributação; de Desenvolvimento Urbano; de Fiscalização Financeira e Controle; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional; e de Viação e Transportes.