O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou hoje que foram alcançados avanços na Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Grupo dos Vinte (G-20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) para solucionar a crise financeira, mas superá-la requereria ainda algum tempo.

Em declaração após a qual não abriu espaço para perguntas, Bush disse que a crise econômica e financeira atual poderia ter se transformado em algo pior que a Grande Depressão de 1929 sem as medidas já adotadas nos Estados Unidos. Embora não as tenha detalhado, Bush referiu-se ao plano de resgate financeiro avaliado em US$ 700 bilhões e aprovado em outubro.

O presidente americano acrescentou que a cúpula das principais economias do mundo e de países emergentes representou "um sucesso" e que os líderes mundiais se comprometeram a modernizar a regulação do sistema.

Os governantes também se mostraram de acordo com a necessidade de reformar as instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, e de melhorar a integração dos mercados financeiros, segundo o presidente americano.

— Vamos revisar de novo as normas sobre a regulação do mercado e a fraude — sustentou Bush.

A cúpula, que na Europa era promovida em alguns setores como um "novo Bretton Woods" (reunião que estabeleceu as instituições financeiras internacionais em 1944), terminou quase 45 minutos antes do previsto, em torno das 14h15min (17h15min de Brasília).

A reunião terminou com uma declaração na qual os governantes do G-20, mais os de Espanha e Holanda, comprometeram-se a promover uma reforma dos mercados financeiros que estabeleça mais transparência e regulação.

Na declaração final, os líderes prometeram trabalhar juntos para restaurar o crescimento mundial e conseguir as reformas de que, segundo eles, necessita o sistema financeiro, algo que deve se decidir até 31 de março, embora também tenham marcado uma nova cúpula para um mês depois, em 30 de abril - ainda sem local definido.

Gráfico explica a crise: