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 | 14/11/2008 18h54min

Mantega: proposta é sair do G-20 com grupo de trabalho

Ministro diz que equipes devem ter um prazo para dar resultados

A proposta para o G-20, que reúne grandes economias desenvolvidas e em desenvolvimento, é que a reunião dê origem a grupos de trabalho "que tenham um prazo para dar resultados", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Washington.

O ministro diz que "todos" os países do G-20 admitem a necessidade de regulamentação do sistema financeiro, mas Mantega reconheceu que pode haver divergências quanto "ao tipo de regulação".

O ministro disse que os grupos de trabalho do G-20 devem ter a tarefa de "apresentar propostas de como regulamentar o mercado financeiro de modo a evitar que esta crise aconteça de novo e dar segurança, porque hoje o mundo ainda vive uma situação de insegurança. Insegurança dos banqueiros e do consumidor", exemplificou durante entrevista a jornalistas.

Volta da confiança

Depois do encontro do G-20 amanhã, Mantega diz que pode haver uma nova reunião no fim de fevereiro ou março. De acordo com Mantega, que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontros bilaterais preparatórios para o encontro de amanhã, todos os países do G-20 "admitem a necessidade de uma regulação do sistema financeiro para evitar que se repita o que aconteceu recentemente e para voltar a ter confiança".

A confiança, continuou o ministro, depende de regras claras, transparência maior nas operações. No entanto, Mantega reconhece que "pode haver divergência quanto ao tipo de regulação que se queira fazer".

— No comunicado que vamos apresentar está dito que é necessário haver uma regulação do sistema financeiro, principalmente não-bancário. Quanto a isso há convergência, mas é claro que os setores financeiros não gostam muito de regulação, eles poderão resistir — avisa.

Juros

Mantega sinalizou que a tendência no Brasil, a exemplo de todos os países no mundo, é que haja redução de juros. Apesar de não falar em prazos ou índices, o ministro insistiu na necessidade de reduzir o custo financeiro de operações de crédito.

— Vai haver espaço para a política monetária mais flexível em todos os países — declarou Mantega, em entrevista à imprensa, depois de participar de várias reuniões ao lado de Lula, com os primeiros-ministros do Reino Unido, do Japão e da Austrália.

Mantega reafirmou ainda que "o câmbio continuará flutuante no Brasil e vamos deixar que ele se ajuste no patamar adequado".

Copom

Diante da insistência dos repórteres se o Brasil ia seguir a tendência do resto do mundo de reduzir os juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Copom), já que o ministro estava defendendo uma ação coordenada entre os países para conter a crise financeira, Mantega desabafou:

— Vocês estão querendo é criar uma armadilha para que eu diga qual vai ser o próximo resultado do Copom, coisa que eu jamais direi, até porque eu não sei. Mas, aqui, o importante é dizer qual vai ser a diretriz, a linha mestra, e a linha mestra é a redução do custo financeiro no mundo inteiro e no Brasil também.

Mantega reiterou a necessidade de uma ação coordenada entre os países em vários níveis, seja do comércio ou das novas regras de regulação. Depois de salientar que os mercados hoje são todos interdependentes, o ministro Mantega acrescentou:

— Se você começa a tomar medidas em alguns países e não em outros, o dinheiro escapa para outros mercados e outros países, você tem de sintonizar as políticas e o sentido das políticas é de dar mais crédito e reduzir o custo financeiro.

Mantega insistiu:

— Nós vamos ter de reduzir o custo financeiro no mundo todo e também no Brasil, porque ele está elevado, além de aumentar o volume de crédito.

Mas, segundo ele, "o ritmo que isso vai se dar, como isso vai se dar, não está determinado. Cada país tem o seu ritmo. E aí os bancos centrais vão ter de analisar".

Entenda a crise

Agência Estado
 
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