Atualizada às 14h16min

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) interrompeu pela segunda vez os negócios na manhã desta segunda-feira, após atingir queda de 15%, às 11h44min. Às 10h18min, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, já havia atingido queda de 10%, o que interrompeu os negócios pela primeira vez, acionando o circuit breaker, mecanismo que controla a oscilação dos indicadores.

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Pelas regras da Bovespa, os negócios foram retomados às 12h44min, uma hora após sua interrupção. Na hipótese de o Ibovespa atingir baixa superior a 20% ainda hoje, um novo circuit breaker será acionando, mantendo as negociações suspensas até as 16h30min. Assim, restariam apenas 30 minutos de negociação no dia, sem regra de acionamento do circuit breaker. A Bovespa fecha às 17h.

Na última segunda-feira, uma queda acentuada também disparou o circuit breaker na Bovespa, pela primeira vez em quase 10 anos. A última vez em que a ferramenta fora usada foi em 14 de janeiro de 1999, na véspera da adoção do câmbio livre no país.

Nos mercados de todo o mundo, temores sobre a saúde econômica da Europa deixam em segundo plano o alívio provocado pela aprovação, pelos Estados Unidos, do plano de US$ 700 bilhões em ajuda aos bancos.

Histórico

Segundo a assessoria da Bovespa, essa foi a terceira vez desde 1967 - quando a Bolsa paulista adotou o atual formato de negócios — em que as transações tiveram de ser interrompidas no pregão regular por uma hora em razão de queda acentuada do índice.

- A primeira: 28 de outubro de 1997

Por que
Foi o dia mais inquieto da crise da Ásia, iniciada em julho de 1997, com a desvalorização do baht tailandês. Seguiram-se quebras em Cingapura, Filipinas, Indonésia, Malásia e até na Coréia do Sul, até então considerada um modelo de crescimento. A queda do Ibovespa no segundo semestre chegou a 44%.

- A segunda: 10 de setembro de 1998

Por que
O terremoto avançou para Rússia e Turquia, desmontou um gigantesco fundo de hedge britânico, o LCTM, e provocou fortes solavancos no Brasil. No ano seguinte, frente a uma intensa fuga de dólares, o câmbio do real passava a ser flutuante.

- A terceira: 6 de outubro de 2008

Por que
A falta de circulação de dinheiro entre os bancos — e das instituições financeiras para as empresas — é a principal característica do período atual, marcado por uma crise de confiança. Mais de duas dezenas de bancos já quebraram ou tiveram de ser socorridos, e todos temem que o candidato a financiamento seja o próximo da fila.

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