O coordenador da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) no Estado, Fábio Rosenfeld, criticou nesta quinta-feira a decisão do Conselho Estadual de Cultura de não analisar mais projetos que ainda não tiveram a prestação de contas do evento anterior homologadas. Estão nesta lista eventos como a Feira do Livro de Porto Alegre e o Festival de Cinema de Gramado, entre outros.

— Isto vem prejudicar a produção cultural. Porque, qual é o papel do Conselho? É avaliar o mérito cultural do projeto. E por que paralisar a análise do mérito cultural se não existe totalidade de contas homologadas? — declarou Rosenfeld.

Ele explicou que a análise da prestação de contas demora porque às vezes depende de cruzamento de dados de outros órgãos, além de uma conferência rigorosa de todos os documentos. Atualmente há 600 prestações de contas de projetos da LIC aguardando análise e homologação da Secretaria Estadual da Cultura.

A proposta foi feita pela presidente do Conselho, Mariângela Grando, que no início da semana foi acusada de irregularidades na execução do longa-metragem Concerto Campestre. Mariângela está em atrito com a secretária estadual da Cultura Mônica Leal desde o ano passado. A decisão do Conselho é mais um capítulo deste enfrentamento. A decisão vai dificultar que eventos do interesse da Sedac sejam realizados.

A informação do Conselho Estadual de Cultura é que não comentarão as críticas à decisão tomada nesta quarta.

Mariângela se reuniu com a secretária de Transparência

Por cerca de uma hora, a presidente do Conselho Estadual de Cultura, Mariângela Grando, esteve reunida com a secretária de Transparência do governo do Estado, Mercedes Rodrigues na tarde desta quinta-feira. Mariângela não revelou a pauta do encontro, mas na última segunda-feira afirmou que discutiria as irregularidades na Lei de Incentivo à Cultura (LIC), já investigadas pelo Ministério Público Estadual (MPE). A presidente do Conselho saiu sem falar com a imprensa:

— Nós não temos nada para falar. Primeiro nós iremos ao Ministério Público.