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 | 06/08/2008 23h48min

Satiagraha: depoimento de Protógenes decepciona relator da CPI dos Grampos

Delegado será novamente convocado para prestar esclarecimentos

Por quase sete horas, o delegado Protógenes Queiroz, ex-coordenador da Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF), esquivou-se de prestar esclarecimentos aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas sobre as investigações que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, o investigar Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

Na maioria das vezes, o delegado usou argumentos de que a Constituição Federal e a legislação o impediam de prestar informações, já que as investigações estão sob segredo de Justiça.

Ao término da audiência pública, o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), avisou a Protógenes que ele será novamente convocado para prestar esclarecimentos, quando a comissão tiver os dados da investigação.

De acordo com Itagiba, ficou claro que um grupo de Dantas teria praticado interceptações telefônicas em benefício próprio.

Para o deputado, o depoimento evidenciou ainda que a saída do delegado do comando da operação não foi pacifica na PF e que houve a atuação de pessoas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas investigações.

— Houve um sentimento de uma certa frustração pelo fato de o delegado não poder falar sobre determinados assuntos, que estão sob proteção — disse o relator da CPI, deputado Nelson Pelegrino (PT-BA).

No entanto, o parlamentar considerou os debates muito importantes para que os deputados pudessem firmar posições, como "a de que não pode haver autorização genérica para uma autoridade poder lançar mão de dados cadastrais. É necessário que haja autorização especifica para cada caso".

De acordo com Pelegrino, o secretário particular do presidente Lula, Gilberto Carvalho, "não foi objeto de investigação da Operação Satiagraha".

O deputado disse que pelo que está entendendo, pelo que leu e pelas informações que teve acesso, Gilberto Carvalho não foi investigado.

— Não há nenhuma providência ao final do inquérito que remeta ou que se refira ao secretário particular. Só há uma citação que é um diálogo que ele manteve com o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh. Portanto, eu penso que ele não foi objeto de investigação e para mim isso ficou claro quando eu perguntei ao delegado no final do depoimento — disse Pelegrino.

Ao final do depoimento, a CPI aprovou alguns requerimentos. Entre eles, está o de prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 120 dias, a partir de 5 de setembro, quando encerraria suas atividades.

Também foram aprovados requerimentos de convites a pessoas para comparecer à CPI. Entre os convidados, estão a jornalista da Folha de S. Paulo Andréia Michael e a ministra Elena Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A CPI faz nesta quinta-feira, a partir das 9h, reunião administrativa fechada e às 10h ouve o depoimento do delegado da PF Élzio Vicente da Silva.

AGÊNCIA BRASIL
 
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