A CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas (CPI dos Grampos), na Câmara dos Deputados, reiniciou por volta das 16h40min a sessão para ouvir o depoimento do delegado federal Protógenes Queiroz, que comandou e hoje está afastado da Opertação Satiagraha. A sessão foi suspensa para que os deputados votassem destaques apresentados à Medida Provisória 432, que trata de dívidas rurais.

Mas a presença deles no plenário da Câmara se tornou desnecessária, porque houve acordo entre oposição e governo para que os oposicionistas não façam obstrução durante a votação dos três destaques à MP que estão na pauta de hoje.

Após a retomada da reunião, Protógenes afirmou que deixou a coordenação da Operação Satiagraha para fazer um curso que já estava programado com antecedência. Ele acrescentou que sua intenção era sair por 30 dias e depois voltar ao inquérito. Mas, como seus superiores pediram que ele concluísse logo o inquérito, ele encerrou a primeira parte e desistiu de retomar os trabalhos, passando a segunda parte para um colega.

O relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), também perguntou se ele sofreu pressão durante a operação. Protógenes disse que é natural em operações que envolvam pessoas com muito poder surgir óbices a transpor.

— Mas cabe apenas ao MPU e ao Judiciário esclarecer se esses atrapalharam ou não a operação.

A Operação Satiagraha prendeu o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito paulistano Celso Pitta, depois libertados por habeas corpus do STF. Eles são suspeitos de crimes financeiros, como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha.