A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas com o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz foi suspensa para que os deputados votem em plenário. O delegado comandou a Operação Satiagraha, na qual foram presos o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito paulistano Celso Pitta, depois libertados por habeas corpus do STF.

Antes da interrupção, o relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), perguntou ao delegado se a Polícia Federal precisa de autorização judicial para ter acesso ao sigilo das ligações telefônicas efetuadas (extratos das contas telefônicas que indicam os números das ligações). Pellegrino também perguntou se as regras da interceptação devem valer para esse sigilo.

O delegado informou que, pela legislação atual, a quebra do sigilo também precisa de autorização judicial. Mas Protógenes acha que o pedido à Justiça é ineficaz, e que o Brasil está atrasado nesse aspecto. O delegado assinalou que em 99% das operações de combate ao narcotráfico a vigilância eletrônica é fundamental.

— Se não for rápida, a polícia chega atrasada. Para que as instituições tenham maior segurança, a polícia necessita de instrumentos fortes como esse, respeitados os direitos e garantias dos cidadãos.

A Operação Satiagraha levantou indícios de interceptações telefônicas clandestinas por parte do grupo investigado.