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 | 11/06/2008 12h58min

Estoques públicos regulam preços e protegem Brasil da crise de alimentos, diz Conab

Companhia totaliza mais de 1,5 milhão de toneladas de grãos em seus armazéns

Luciane Kohlmann  |  reportagem@canalrural.com.br

Em meio à crise mundial de alimentos, o Brasil parece ter recebido apenas respingos desta tempestade internacional de aumento de preços. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), um dos motivos foi o fato de o país contar com estoques públicos, que regulam os preços no campo e nos supermercados.

Os estoques são hoje o principal instrumento para sustentar tanto os preços ao produtor como ao consumidor. De um lado, a Conab adquire a produção de agricultores que estejam comercializando seus produtos abaixo do preço mínimo. De outro, a instituição vende parte de seus estoques para conter a alta de preços no mercado interno, evitando a disparada da inflação ao consumidor.

Hoje a companhia totaliza mais de 1,5 milhão de toneladas de grãos em seus armazéns. O arroz é o principal produto, com 1,3 milhão de toneladas, seguido pelo milho, com 200 mil.

A compra dos produtos pode ser feita de três formas distintas: uma delas é o programa de aquisições do governo federal, que compra produtos abaixo do preço mínimo. A outra é através de contratos de opção, que permitem aos agricultores adquirir contratos futuros por bons valores e entregar sua produção na próxima safra. E, por fim, há o programa direcionado apenas à agricultura familiar.

Mas não foi sempre assim. Apenas em 2003 é que o Brasil começou a desenvolver esta política. Em 2006, tinha mais de 5 milhões de toneladas e, com isso, conseguiu enfrentar algumas crises. Naquele ano, o governo vendeu 1,8 milhão de toneladas de trigo para atender a falta do produto no mercado interno. Em 2007, foi a vez do milho, e a Conab leiloou quase 3 milhões de toneladas para evitar a falta do grão e controlar os preços.

A crise mais recente enfrentada pelo governo foi a do arroz. Nos primeiro meses do ano, o produto subiu mais de 30% ao consumidor, pressionado pela alta dos preços no mercado mundial. Desde maio, o governo já leiloou mais de 180 mil toneladas de arroz e não descarta realizar novos leilões para conter esta escalada dos preços.

Segundo a Conab, a ofensiva contra a alta dos alimentos deve ser acompanhada pelo estímulo à produção, e a primeira medida será reajustar entre 10% e 30% os preços mínimos dos produtos mais preocupantes: arroz, milho, trigo e feijão.

– O governo está fazendo um procedimento de revisão, reformulação da nossa política de preço mínimo e será anunciado junto às medidas para a safra 2008/2009, onde de fato esses preços sejam estimulados. Que nós tenhamos um crescimento do volume da produção no próximo ano – afirma o diretor de logística e gestão empresarial da Conab, Sílvio Porto.

Com a produção maior, será possível aumentar os estoques e ter arma eficiente contra os constantes reajustes de preços nos alimentos, como acrescenta Porto:

– O governo tem a perspectiva de refazer os estoques nos volumes, pelo menos, no que já chegamos a ter em 2006, e seguramente, a partir disso ter a possibilidade de trabalhar com uma tranqüilidade maior, sobretudo no controle à inflação.

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