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 | 10/06/2008 20h57min

CNA teme que restrição de crédito na Amazônia seja estendida a outras regiões

Medida foi defendida pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc

A produção agrícola no Brasil poderá sofrer uma redução de 80% da área plantada de grãos caso a restrição de crédito rural oficial a produtores que começará a ser aplicada  em 1º de julho em municípios da região amazônica se estenda a outros biomas como Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. A estimativa é do assessor técnico da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Brito, que comentou nesta terça-feira, dia 10, a medida de restrição defendida pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, na semana passada.

Segundo Brito, o setor vê a iniciativa com grande preocupação, diante da necessidade do aumento da produção de alimentos para conter a alta dos preços. Ele argumenta que o principal motivo da inconformidade dos produtores com as exigências ambientais está relacionado à inaplicabilidade do Código Florestal Brasileiro.

– Nenhum produtor do mundo, por inexistirem essas normas fora do Brasil, conseguiria se adequar à legislação ambiental brasileira, que está ultrapassada e incompatível com a atual situação da agropecuária nacional – ressaltou Brito.

De acordo com ele, o próprio governo estimulou no passado os produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste a substituírem a reserva legal por lavouras.

– [ o governo] Financiou isso com recursos públicos nas últimas décadas para que o país fosse o líder que é hoje na produção de alimentos, e agora quer cortar o financiamento. Os produtores não vão aceitar isso – disse, mencionado medida anunciada neste ano pelo Ministério do Meio Ambiente exigindo que produtores na Amazônia recomponham a reserva legal das propriedades, reduzindo para 20% o percentual da área plantada, para que estes não sejam proibidos de ter acesso ao crédito.

O técnico da CNA defende uma agenda para o cumprimento das normas e de um sistema de regularização das propriedades para o país. Para isso, acrescenta, é pertinente um diálogo com o ministro Carlos Minc para que ele conheça as reivindicações do setor.

– Não dá para desmantelar 80% da produção agropecuária nacional com a exigência de cumprimentos ambientais de uma hora para outra, sendo que as normas nunca foram cumpridas. Devemos evitar estes problemas para não termos desemprego, inflação e aumento dos preços, que é tudo que o brasileiro não quer – disse Brito.

Conforme ele, o setor não defende novos desmatamentos, mas a manutenção dos empregos gerados na atividade rural, além do desenvolvimento econômico conciliado com a preservação ambiental, mediante a conservação do solo e da água e o uso racional da terra com técnicas adequadas. 

AGÊNCIA CNA
 
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