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 | 10/06/2008 14h14min

Ministro do Meio Ambiente garante que produtor não terá crédito se não respeitar a lei

Em audiência na Fiesp, Carlos Minc afirmou que trabalha para tornar a legislação ambiental mais rígida

O ministro do Meio Ambiente anunciou nesta terça-feira, dia 10, em audiência na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que produtores rurais do bioma amazônico não vão mais receber crédito para financiar a produção se não estiverem produzindo de acordo com a lei ambiental. 

– O crédito é o oxigênio da produção e o oxigênio do desmatamento. Portanto, a partir de primeiro de julho não terá crédito aquele que não tiver regularização fundiária e ambiental – garantiu Carlos Minc.

Ele fez críticas à atividade pecuária na região amazônica – que classificou como economicamente atrasada – disse que não se sustenta o argumento de que é preciso desmatar para produzir carne no país e afirmou que o governo é contra a produção de etanol na Amazônia.

Controle mais rígido

Na Fiesp, Minc afirmou também que trabalha para tornar a legislação ambiental mais rígida. Para o ministro, as normas vigentes no país são "frouxas em relação às internacionais". Para mudar isso a base, segundo ele, é a regularização fundiária, a certificação da produção e a articulação com a indústria para que só adquira produtos com origem em propriedades classificadas como ambientalmente responsáveis.

Minc anunciou ainda que pretende unificar as normas ambientais para evitar que empresas deixem um lugar onde a legislação é mais rígida e se instalem onde não há um controle tão intenso do cumprimento de normas ambientais.

Conforme o ministro as áreas ambiental e agrícola sempre foram inimigas, mas ele considera ter conseguido aproximar os dois setores quando chefiou a Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro e disse que pretende fazer o mesmo em nível nacional junto com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Para Minc há uma parcela "séria" de produtores agrícolas que querem regras claras para garantir a sustentabilidade da produção. 

Costura política

Além de se mostrar disposto a fazer o papel de conciliador do rigor ambiental com a agricultura, Carlos Minc revelou ser um  negociador. Disse na Fiesp que "negocia tudo", até as frases ditas por integrantes do governo a respeito do Meio Ambiente.

Conforme o ministro, a afirmação de que “muitos dos dedos que apontam contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e carvão”, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a conferência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação foi “trocada” pela demarcação de uma nova reserva ambiental na Amazônia.

CANAL RURAL
Wilson Dias, Abr  / 

Ministro do Meio Ambiente quer certificação de propriedades e unificação da lei ambiental
Foto:  Wilson Dias, Abr


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