O desembargador Vladimir Giacomuzzi, do Tribunal de Justiça do Estado, negou na manhã deste sábado o habeas corpus solicitado pela defesa do empresário e lobista Lair Ferst e da irmã Rosana Ferst. Os dois denunciados pela fraude do Detran, que lesou os cofres públicos em cerca de R$ 50 milhões, pretendiam que seus depoimentos à CPI do Detran não ultrapassassem quatro horas e não fossem transmitidos ao vivo pela TV Assembléia.

Ferst, Rosana e Elci — que não integra o pedido — irão prestar esclarecimentos à comissão nesta segunda-feira, a partir das 14h, no plenarinho da Assembléia.

Antes dos depoimentos, os integrantes da CPI do Detran votarão 13 requerimentos, entre eles as convocações do vice-governador Paulo Afonso Feijó e do secretário-geral de Governo, Delson Martini, e a prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 30 dias. Os irmãos Ferst estão entre os 44 denunciados pelo Ministério Público pela fraude que lesou os cofres públicos em, pelo menos, R$ 44 milhões. Lair Ferst foi coordenador da bancada do PSDB na Assembléia e é um dos personagens mais citados nas sessões da CPI do Detran, em razão da participação na campanha da governadora Yeda Crusius.

Na sexta-feira, o presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira (PT), entregou ao desembargador uma contestação ao habeas corpus impetrado pelos advogados de defesa de Lair e de sua irmã. O documento entregue pelo deputado foi elaborado pelo Procurador Geral da Assembléia, Fernando Ferreira, com apoio do assessor jurídico da CPI do Detran, Ricardo Breier, e oferecia contrapontos ao pedido de Lair e Rosana. O texto de 27 páginas contestava o argumento de que alguns depoentes poderiam estar sendo sujeitos à "tortura" na CPI, devido à duração das oitivas.

No encontro com o desembargador, Fabiano Pereira informou ainda de que todas os direitos constitucionais dos depoentes vêm sendo preservados.