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 | 16/05/2008 22h36min

Levantamento do setor privado sobre produção de café gera polêmica

União divulgou estimativa de safra de 45,5 milhões de sacas e os exportadores falam em mais de 50 milhões

Marcelo Lara  |  reportagem@canalrural.com.br

A polêmica dos números com relação às estimativas de produção de café continuam mexendo com o mercado. Em Minas Gerais, Estado que representa 50% da produção do país, os produtores reuniram frente a frente a diretoria da Conab e o exportador que faz um levantamento paralelo: uma diferença de quase 10 milhões de sacas, o que preocupa o setor.

Carlos Brando é o consultor de agronegócio que acompanha projetos em mais de 70 países produtores de café. Ele conhece o mercado internacional e está pedindo para o governo afinar a pesquisa, totalizando as produções nas regiões conhecidas pelos consumidores conforme as características específicas do café.

– O mercado reconhece, por exemplo, dois tipos de produções em São Paulo, e a Conab totaliza apenas um número. Nós reconhecemos 14 regiões no país de acordo com as características de cada mercado – afirma Brando.

As estatísticas mexem com os preços, e podem influenciar na rentabilidade do produtor. Com relação à produção brasileira efetiva de café, pode-se ter duas respostas.

No ano passado, as diferenças ficaram dentro do governo, entre as pesquisas do IBGE e da Conab. Agora, é um levantamento do setor privado que gera polêmica. A União divulgou a estimativa de safra de 45,5 milhões de sacas e os exportadores falam em mais de 50 milhões.

A Conab está afinada com o IBGE e prova com GPS, imagens de satélite e levantamento a campo toda a metodologia utilizada para finalizar as estimativas. A primeira foi feita em novembro e divulgada em janeiro e a última saiu este mês, com base em abril. Para o diretor de logística da Conab, Silvio Porto, os números divergentes significam conflitos de interesses.

– Olha, cada um tem seu interesse. Nós temos uma metodologia, mas agora com os outros eu fico em dúvida. Quem exporta quer que a produção seja recorde e o produtor quer ganhar mais, por isso prefere uma safra menor – afirma.

Sergio Tristão, que exporta cerca de dois milhões de sacas por ano, vem fazendo um levantamento diferente desde 1998 com números de exportação, de consumo interno, leilões e controle de estoques. Em uma palestra na Bahia ele falou em 53 milhões de sacas, já em Minas Gerais resolveu baixar um pouco a estimativa.

– Olha, eu faço isso há mais de 10 anos, com base nos números reais, mas na Bahia divulguei 53 milhões, mas agora resolvi colocar 50 milhões pra não apanhar muito pela Internet, mas a safra vai mesmo passar dos 50.

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