O governo estima um aumento na produção de grãos, mas já sinaliza que os preços não devem cair. O Ministério da Agricultura garante que está estudando medidas para conter esta tendência de alta no Brasil. A afirmação foi feita durante a divulgação do novo levantamento de safra 2007/2008. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção deve fechar o ano em 142,12 milhões de toneladas, 1,3 milhão a mais que a estimativa feita em abril.

A 8ª pesquisa da safra de grãos desta safra revelou uma produção 8% maior que a do ano passado. E os números vêm aumentando a cada levantamento. Em abril, a Conab estimou uma safra de cerca de 140 milhões de toneladas. Já o levantamento de maio verificou uma produção de mais de 142 milhões.

– Basicamente a correção que nós fizemos foi do milho, que teve um ajuste na primeira safra. Em produtividade no Paraná e Santa Catarina, e em área no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná para a 2ª safra, nós tivemos uma continuidade do plantio da 2ª safra ainda no mês de abril – afirma Sílvio Porto, diretor de logística da Conab.

Esse plantio tardio do milho fez a estimativa para o grão passar de 56,23 milhões para 57,87 milhões para esta safra. Já a safra de café deve fechar um pouco abaixo das expectativas do mercado, tudo em função da falta de chuva.

Café

Já a safra de café deve fechar um pouco abaixo das expectativas do mercado, tudo em função da falta de chuva. Depois de uma produção de quase 34 milhões de sacas na safra passada, este ano o setor deve colher 45,5 milhões de sacas. E, para o ano que vem, o governo projeta uma produção próxima de 40 milhões.

– A realidade existente foi de uma produção muito baixa no ano passado também influenciada por problemas climáticos. Este ano, uma produção influenciada por problemas climáticos e nada garante que a do ano que vem não seja influenciada por problemas climáticos – explica Manoel Bertone, secretário de Produção e Agroenergia do Mapa.

Enquanto a estimativa de produção segue em alta, os valores dos alimentos também devem se manter elevados. O Ministério da Agricultura acredita que esta tendência é permanente e que os preços não devem mais voltar aos antigos patamares. Por isso, o governo já estuda medidas para evitar maiores impactos no bolso do consumidor.

– Nós temos quatro produtos que são muito sensíveis: o arroz, o feijão, o trigo e o milho, cada um com as suas características e, para cada um, nós temos que adotar medidas específicas. E o governo está preocupado e estamos estudando essas medidas para apresentar no plano safra que será lançado em junho – garante o ministro Reinhold Stephanes.

Para a próxima safra de grãos, que tem início do plantio em setembro, o ministro prevê um aumento de 5% e de 1% a 1,5% na área plantada.