Proibidos por enquanto apenas na Ponta do Papagaio, em Palhoça, na Baía Sul, o cultivo, o comércio e o consumo da ostra pode se estender também para Bombinhas e Governador Celso Ramos, no Litoral Norte.

Tudo vai depender do resultado do bioensaio, que mede a concentração das algas tóxicas nos moluscos e que sai na segunda pela manhã.

A análise da água já deu positiva para a hiperconcentração dessas algas na Baía de Tijucas, revelou neste domingo o chefe do Centro de Desenvolvimento em Aqüicultura e Pesca da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Francisco Neto.

Já o cultivo, a comercialização e o consumo do mexilhão estão proibidos em toda a região que compreende a Ponta do Papagaio até Bombinhas.

Após a saída do resultado na segunda, começa um novo ciclo de monitoramento, explicou Francisco Neto. E enquanto a suspensão segue ativa, quem perde são os produtores.

Na quarta-feira antes do anúncio da proibição, que ocorreu no último dia 4, o maricultor do Ribeirão da Ilha, no Sul de Florianópolis, Adécio Romalino da Cunha, já havia parado a venda dos moluscos. Nesta mais de uma semana sem comercializar ostras e mariscos, ele tem feito manutenção das lanternas e outros trabalhos de melhoria da produção. 

— São cerca de 30 dúzias que eu deixo de vender diariamente — disse.

O produtor Ivan Taffarel, da Ponta do Papagaio, relatou uma série de iniciativas que poderiam ser tomadas em todo o país para que os consumidores sejam melhores informados sobre o fenômeno e outros problemas que atinjam os moluscos.

Ele sugeriu, por exemplo, que seja criado um número de telefone para informações sobre o assunto nos mesmos moldes do que existe para envenenamento. — A pessoa ligaria e diria o que estava sentindo. A partir daí, teria dados do que poderia ter causado os sintomas, se seria o consumo da ostra ou outra coisa.

Além disso, Ivan Taffarel defendeu também que nos restaurantes onde os moluscos são comercializados venha especificado o nome do produtor.