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 | 10/04/2008 05h12min

CPI do Detran: estudo indica que pagamentos são inexplicáveis

Empresa subcontratada no esquema chegou a receber do órgão uma média mensal de R$ 240,9 mil

Pelo trabalho de uma equipe de três pessoas, que consistia em visitar locais de aplicação de provas para obtenção da carteira de motorista, uma das empresas subcontratadas no esquema Detran chegou a receber uma média mensal de R$ 240,9 mil por mês.

É o caso da Newmark Tecnologia da Informação, Logística e Marketing, que tem Elci Terezinha Ferst como sócia. Indiciada pela Polícia Federal, na segunda-feira ela passou mal antes de prestar depoimento à CPI do Detran, na Assembléia. Hoje, será inquirida pelos deputados.

Um cunhado de Elci e sócio da Newmark, Alfredo Pinto Telles, também esteve na CPI naquele dia, mas se negou a responder aos principais questionamentos dos deputados. Elci é irmã de Lair Ferst, suposto lobista e ex-coordenador de campanha de Yeda Crusius ao governo. Ela terá de explicar aos parlamentares o trabalho que sua empresa prestou à Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) para receber, de agosto de 2003 a junho de 2007, R$ 13,8 milhões em valores atualizados e com juros.

Um estudo da assessoria técnica do Ministério Público de Contas (MPC) indica que empresas subcontratadas pela Fatec recebiam valores superdimensionados pelo trabalho que supostamente prestavam. Pelo contrato, a função da Newmark seria a de prestar "serviços técnicos especializados de apoio às atividades de inteligência", ou seja, visitar os locais onde estavam sendo aplicadas provas práticas para obtenção da carteira de habilitação. A comprovação do serviço era feita por meio de fotos e de sucintos relatórios.

O estudo do MPC esmiuçou os ganhos da Newmark nos meses de fevereiro, março e abril de 2007, quando os pagamentos que recebeu da Fatec foram respectivamente de R$ 281,9 mil, R$ 346,2 mil e R$ 318,9 mil. Conforme a apuração dos técnicos, em cada mês os funcionários da Newmark visitaram seis cidades, todas próximas, o que permitiria que o trabalho fosse concluído com duas viagens mensais.

Técnicos identificaram ganhos indevidos da Rio del Sur
O custo de cada deslocamento nos meses analisados variou de R$ R$ 140,9 mil a R$ 173,1 mil. O relatório refere que os valores pagos são números "indiscutivelmente inexplicáveis". Num exercício de projeção, os técnicos do MPC fizeram cálculos a partir de valores de mercado que poderiam ser pagos pelo trabalho da Newmark. Chegaram a um custo mensal de R$ 37,8 mil, muito abaixo da média mensal de R$ 240,9 mil recebida pela empresa.

Em relação à empresa Rio Del Sur, a análise do MPC também concluiu que houve ganhos indevidos se for considerado o serviço prestado. A empresa pertence a Rosana Ferst. A empresa recebeu entre 2003 e 2007, em valores corrigidos e com juros, R$ 9,4 milhões pelo trabalho de consultoria e auditoria contábil e tributária.

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