O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, jogou um balde de água fria nos produtores rurais que foram a Brasília para acompanhar a divulgação de medidas de renegociação do endividamento rural. Por volta das 19h, ao chegar ao prédio do ministério da Fazenda para reunião com o ministro Guido Mantega, Stephanes informou que o governo só deve apresentar um plano integral de renegociação no dia 31 de março.

Conforme o ministro, diversas medidas já estão elencadas, mas ainda precisam ser apresentadas e discutidas com a bancada ruralista. O que deve ser apresentado aos parlamentares ainda nesta terça será apenas um esboço inicial.

O deputado Ronaldo Caiado, do DEM-GO, criticou a decisão de Stephanes de adiar o anúncio novamente:

– É mais uma decepção pro produtor rural. O ministro apresentou um documento dizendo que isso não passaria do dia 18 de dezembro de 2007, e tinha a assinatura dele, do ministro da Fazenda e também do ministro do Desenvolvimento Rural. É um desrespeito com a classe produtora.

Como medida para acelerar a definição da questão das dívidas o parlamentar sugeriu que a bancada ruralista do Congresso coloque em votação um projeto de renegociação já existente na Casa.

– Já que a bancada ruralista é uma bancada supra-partidária, sugiro que não aceitemos mais esse adiamento por parte do governo e votemos o projeto que já está na Casa. Queremos um projeto que tenha tramitação rápida, e aí vamos votar e ver realmente o tamanho da bancada agrícola.

Caiado aproveitou para condenar a ação de multinacionais que têm ampliado a compra de áreas agrícolas no Brasil, afirmando que grandes empresas internacionais estão se aproveitando do endividamento rural para forçar produtores a vender suas terras.

– O cidadão que tem tradição e vocação para o campo está sendo obrigado a entregar suas propriedades para grandes estruturas financeiras que estão por trás dessas multinacionais.

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