| 25/03/2008 14h19min
O deputado Homero Pereira (PR-MT) cobrou do governo que apresente nesta terça, dia 25, uma proposta para resolver definitivamente o problema do endividamento rural brasileiro. A cobrança foi feita na audiência pública que discute soluções para o problema dos produtores rurais.
– Há 25 MPs tramitando na Casa. Somos quase 200 parlamentares que integram a bancada ruralista. Agora, vamos ver quem tem compromisso com o setor. O meu compromisso é com os produtores rurais. Sempre fui fiel ao governo, mas, se não houver acordo, vou declarar independência para votar a favor dos interesses dos produtores – afirmou.
O parlamentar, que integra a Comissão de Agricultura e também preside a Comissão Nacional de Endividamento da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), observou que a agricultura brasileira vai bem, mas os agricultores não acompanham esse movimento e não conseguem gerar renda. Homero afirmou que no mundo todo a agricultura é uma atividade subsidiada, mas que no Brasil são aplicadas taxas de juros incompatíveis. Ele cobrou ainda que o governo apresente um planejamento estratégico para a área que vá além dos planos anuais de safra.
Durante a audiência, dois técnicos da Comissão de Agricultura apresentaram as propostas elaboradas por um grupo técnico formado em fevereiro de 2007, composto por representantes da Câmara, da CNA, da Organização das Cooperativas do Brasil, do Conselho Nacional do Café e de federações e associações de produtores rurais. As propostas foram apresentadas ao governo, mas, segundo um integrante do grupo, não houve sucesso nas discussões, pois, na última quarta-feira, dia 19, foram informados de que a proposta do governo já estava fechada, com previsão de ser apresentada nesta terça na forma de uma medida provisória.
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Freitas, também cobrou uma política estruturante e definitiva para o setor agrícola brasileiro.
– Não tem cabimento o Brasil ser dependente de fertilizante, importar 72% dos produtos utilizados. Não tem cabimento não termos estrada, portos, um seguro rural efetivo – afirmou.
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